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Dodge Coronet: a lenda de alta performance que foi a base para o Charger

Coronet marcou presença em cinco gerações, nas pistas e no cumprimento da lei

Por Felipe Bitu
Atualizado em 14 mar 2021, 18h45 - Publicado em 26 set 2017, 20h10
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    Em 1966, o Coronet serviu de base a outra lenda da Dodge: o Charger (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Alguns nomes são tão emblemáticos na história da Chrysler Corporation que denominaram gerações distintas de carros. É o caso do Coronet, feito pela divisão Dodge entre os anos 40 e 70. O nome representava uma pequena coroa usada pela nobreza, mostrando-se apropriado ao longo de suas duas gerações.

    Sua primeira aparição ocorreu em 1949, como o mais sofisticado dos Dodges. Era o primeiro modelo desenhado no pós-guerra, com versões de duas e quatro portas nas carrocerias cupê, sedã e perua. Marcou época com o lendário V8 Red Ram no modelo 1953, com 4 litros e câmaras hemisféricas que rendiam 140 cv.

    Começava ali a escalada de potência que fez do Coronet uma lenda de alta performance, apesar de ter sido rebaixado ao carro de entrada em 1955. A potência subia para 175 cv, havendo ainda a opção do Super Red Ram com carburador quádruplo e escapamento duplo, com 183 cv.

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    Versão conversível foi oferecida até 1970 (Xico Buny/Quatro Rodas)

    O Coronet 1955 era o primeiro com o estilo Forward Look, do designer Virgil Exner. Inspirado em aviões e foguetes, tornava a carroceria maior e mais larga e baixa. Após adotar barbatanas com lanternas verticais, o estilo entrou na segunda fase em 1957, quando o carro ficou ainda mais baixo e largo, adotando quatro faróis.

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    Pela primeira vez a suspensão dianteira recebia as barras de torção como elemento elástico, solução que se tornou marca registrada da Chrysler. O V8 chegava a 245 cv, mas um pacote esportivo o levava a 340 cv.

    De tão avançado, foi um dos Dodges mais memoráveis até sair de linha, em 1959. O Coronet voltaria apenas em 1965, como intermediário entre os populares Dart e os grandalhões Custom 880 e Polara.

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    Tipicamente americano, o velocímetro tinha mostrador com escala na horizontal (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Também trazia várias carrocerias, que iam do conversível aos sedãs e peruas de quatro portas. Oferecia um bom seis cilindros de 3,7 litros, além de vários V8 de bloco pequeno (4,5 e 5,2 litros) e grande ( 5,9 a 6,3 litros).

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    E ainda havia o lendário V8 7.0 Hemi 426, de 425 cv. Idealizado para as pistas de arrancada, podia superar 500 cv com dois carburadores quádruplos. Todo esse investimento deu resultado: mais de 209.000 carros foram comercializados, fazendo dele o Dodge mais vendido em 1965.

    Reestilizado no ano seguinte, o Coronet serviu de base a outra lenda: o Charger, imortalizado pela carroceria de duas portas sem coluna central e traseira fastback, com a linha do teto incorporada ao terceiro volume.

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    Versão 500 era a topo de linha em 1966: havia cinco configurações com motor V8 (Xico Buny/Quatro Rodas)

    Em 1967, o Charger seguia como modelo independente, enquanto o Coronet ganhava a temida versão R/T (Road & Track). O R/T trazia um V8 7.2 de bloco grande e 375 cv, com câmbio automático de três marchas ou manual de quatro.

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    Tudo era superdimensionado para suportar a maior potência, com suspensão, freios e eixo traseiro do mesmo pacote destinado a viaturas policiais. Entre os opcionais estavam o V8 7.0 Hemi (425 cv) e a carroceria conversível.

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    Coronet marcou presença em cinco gerações, nas pistas e no cumprimento da lei (Xico Buny/Quatro Rodas)

    O sedutor 1968 trazia a contemporânea linha de cintura “garrafa de Coca-Cola” e deu origem a outro modelo independente: o Dodge Super Bee. Com o V8 6.3 de 335 cv, era mais barato que o Coronet R/T mas tinha o interior requintado, fazendo dele uma opção luxuosa do seu primo pobre Plymouth Road Runner.

    O V8 de bloco grande saltou para 390 cv em 1969, com os três carburadores de corpo duplo Six Pack, identificados pela presença da enorme tomada de ar sobre o capô. A agressiva linha 1970 marcou o último ano da versão R/T, em cupê e conversível.

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    Lanterna traseira do Coronet tinha design único (Xico Buny/Quatro Rodas)

    A linha 1971 selou o fim das versões esportivas, mas não da alta performance: o V8 6.3 de bloco grande de 300 cv era o favorito das forças policiais mesmo comparado ao enorme Dodge Polara e seu V8 de 7,2 litros. A cilindrada subiu para 6,5 litros em 1972, mas a potência caía para 255 cv devido à menor taxa de compressão.

    O cupê voltaria em 1975, mas o Coronet, já na sétima geração, foi descontinuado no ano seguinte para nunca mais voltar. Inexplicavelmente a Dodge criou um novo sedã de quatro portas e alta performance em 2005, mas preferiu batizá-lo de Charger (o primeiro da história nessa configuração), mantendo ao menos o espírito e a tradição de alta performance.

    Ficha técnica – Dodge Coronet 1966

    Motor: V8 de 5,2 litros
    Potência: 230 cv a 4.400 rpm, longitudinal
    Câmbio: automático de 3 marchas, tração traseira
    Carroceria: conversível de 2 portas
    Dimensões: comprimento, 515 cm; largura, 191 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 297 cm; peso, 1.564 kg

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