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Como fazer uma boa compra mesmo com a alta do dólar?

Segundo analistas de mercado, preço de nacionais e importados deve subir ainda mais no início de 2016

Por Isadora Carvalho | Ilustrações: Denis Freitas
Atualizado em 25 mar 2024, 10h37 - Publicado em 7 nov 2015, 17h28
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    Se você precisa trocar de carro, mas está pensando em deixar para depois por causa da crise, escute o conselho unânime dos principais analistas de mercado: a hora de comprar é agora. Em breve, os preços subirão por culpa do dólar, que não impacta apenas os veículos fabricados fora do Brasil. Afinal, todo carro nacional tem algum conteúdo trazido do exterior – pelo menos 30%, de acordo com os especialistas do setor. “A valorização da moeda americana encarece as peças importadas que entram na montagem de veículos produzidos localmente. Assim, o carro nacional também sofrerá aumento de preço”, diz o gerente da consultoria Jato Dynamics, Milad Neto.

    A questão é quando virá o aumento, que só não aconteceu ainda por causa da crise econômica. “Não houve repasse para o consumidor porque a indústria enfrenta queda nas vendas. Pelo menos até o final do ano, as montadoras devem absorver esse custo extra para tentar escoar o volume de carros nos pátios”, acredita Milad. Depois, vai ser difícil segurar. Assim, a expectativa é começar 2016 com aumentos nas tabelas.

    Até lá, porém, existem oportunidades para fazer bons negócios. Após verem as vendas diminuirem 21% no primeiro semestre, as concessionárias entraram numa onda de descontos. “Com estoque de mais de 50 dias no pátio das montadoras e o momento de incerteza devido à crise, a única alternativa das empresas é recorrer às promoções”, diz o consultor automotivo Ricardo Pazzianotto. Algumas marcas também podem conseguir absorver o custo extra de produção com a valorização dos carros destinados à exportação. “Há empresas que farão essa compensação, já que vão receber mais pelo mesmo volume enviado ao exterior”, afirma Pazzianotto.

    Importados

    No caso dos importados, o aumento é inevitável. E ocorrerá à medida que os estoques forem renovados. “Os importadores costumam trazer o volume equivalente a seis meses de venda. Portanto, os carros que estão hoje nas lojas foram comprados por uma cotação menor”, explica Milad.

    No curto prazo, porém, os importadores terão de repensar sua política de preços. “Assim que acabarem os estoques, os importados terão que ser negociados com a nova cotação e o repasse integral ou parcial desse aumento ao consumidor será inevitável”, diz Pazzionotto. A expextativa do consultor é que o aumento dos preços dos importados chegue ainda antes dos nacionais: os estoques podem acabar mais cedo ou os importadores podem decidir compensar agora o lote que em breve chegará cotado num dólar bem mais alto.

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    Vendedor há 15 anos da loja multimarcas Bazile Veículos, que comercializa importados, Fabio Lima Ribeiro acredita que o aumento só será repassado quando as vendas se normalizarem. “Vamos segurar os preços dos importados mesmo com o dólar mais alto. Se não conseguimos vender com o preço atual, imagine se subirmos o valor”, diz Ribeiro, que apesar de ver a venda do zero quilômetro parada, tem conseguido fazer negócios com seminovos.

    Essa também é a percepção de Rafael Spinatelli, dono da Car Hunters, que oferece assessoria de compra e venda de automóveis. “Meu movimento aumentou 20% para assessoria de compra de seminovos”, afirma Spinatelli. Em suas negociações nas concessionárias, Spinatelli tem encontrado preços de carros novos tão atrativos que em alguns casos chega a sugerir para o cliente comprar o zero km no lugar do usado, pois a diferença de valor é muito pequena. “Isso tem acontecido com frequência. E o cliente, lógico, acaba optando pelo carro novo.”

    Caçador de descontos

    Para comprovar que não faltam boas ofertas no mercado, fizemos uma rápida pesquisa nas lojas. Os importados surpreenderam pelo nível de descontos. O BMW X3 xLine, cuja tabela é de R$ 229 450, foi encontrado a R$ 209 950 na autorizada AutoStar M, em São Paulo. A redução foi de R$ 19 500, ou seja, quase 10%. Já o A3 Sedan 1.8 Ambition baixou de R$ 140 190 para R$ 129 900. O Chevrolet Camaro SS estava sendo vendido a R$ 230 000, R$ 11 350 abaixo da tabela.

    Os carros nacionais também estão em oferta. O Chevrolet Onix LT 1.4 teve queda de R$ 2 200 na Disbrasa Cambuci. A picape Ranger 3.2 Diesel também está com desconto expressivo: de R$ 160 900 por R$ 150 000.

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    Segundo o educador financeiro, Marcelo Rea, o momento é ótimo para trocar de carro, mas o consumidor deve avaliar se realmente precisa fazer a compra ou se está sendo influenciado pelas promoções. “Aconselho que o comprador faça um test-drive financeiro, ou seja, veja se a parcela cabe no bolso. Ou melhor: verifique a possibilidade de pagar à vista a diferença”, orienta Rea.

    “Outra boa dica é negociar o preço à vista mesmo que não tenha esse valor em mãos. Depois de chegar ao final da negociação, deve-se propor a melhor forma de pagamento, sem alterar o preço já negociado.” Ele também aconselha que o cliente opte pelos modelos 2015 em vez da linha 2016. Nesses casos, os descontos podem chegar a 20%.

    Os principais especialistas do mercado concordam que o momento é único para quem pretende comprar um zero quilômetro, mas é preciso cuidado para não comprar um carro que está barato, mas ainda assim não cabe no seu bolso. É necessário ter em mente que a parcela não pode ultrapassar 30% de sua renda mensal e não se deve esquecer que, além do valor de compra, é preciso colocar na conta o custo do seguro e o IPVA, que oneram muito a aquisição do carro. Para ter uma ideia, em um modelo que vale R$ 70 000, o seguro será de R$ 2 500 e o IPVA, R$ 2 800. Portanto, para levar o carro para casa, o cliente pagará no total até R$ 75 300.

    DICAS PARA FAZER UMA BOA COMPRA

    Não tenha pressa. A pior compra é aquela feita por impulso. Visite diversas concessionárias e não tenha medo de voltar a uma loja trazendo a oferta de outra.

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    Preço à vista. Segundo o educador financeiro Marcelo Rea, o cliente deve negociar sempre o valor à vista com o vendedor, mesmo que não tenha o dinheiro à mão. “Após chegar à melhor oferta, proponha a forma de pagamento mais adequada para o seu orçamento”, diz.

    Estude o carro. Pesquise e leia bastante sobre o modelo e a versão antes de visitar uma concessionária. Será mais fácil barganhar se souber quais são os equipamentos de série e quanto custam os opcionais que tem interesse em adquirir.

    Evite os top 10. Na maioria dos casos, carro que vende muito possui pouco desconto. Se você compra um automóvel baseado apenas no custo financeiro, vale fugir dos modelos mais procurados.

    Seja transparente. Para não perder tempo e ganhar a confiança do vendedor, o ideal é ser sincero, dizendo o quanto realmente pode gastar e saber que há um limite para descontos e cortesias. Simpatia e educação também ajudam a conquistar o funcionário, que pode ceder mais cedo em uma negociação.

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    Compre no final do mês. Para ter parcelas menores ou presentes como bancos de couro e até IPVA pago, o ideal é negociar depois do dia 20. Para bater a meta de vendas, os lojistas costumam ser mais flexíveis nessa época.

    Invista no fora linha. Os descontos para veículos que estão se despedindo do mercado costumam ser generosos. Os vendedores tendem a dar brindes e reduções com mais facilidade. É bom checar também se o índice de desvalorização é baixo ou se mantém em um patamar estável. Mas tenha em mente que um modelo que está saindo de linha costuma estar defasado em tecnologia e segurança pelo sucessor.

    Cuidado com taxa que não pode ser cobrada. Peça para ver o CET (Custo Efetivo Total) do financiamento – obrigatório por lei – antes de fechar a compra. Lá será detalhado tudo o que você vai pagar. Ficar de olho na taxa de juro real também pode fazer o preço diminuir. As lojas não podem cobrar tarifas de abertura de crédito (TAC), de emissão de carnês (TEC), de emissão de boleto (TEB), de liquidação antecipada (TLA), de análise de crédito, entre outras. Se encontrá-las, ameace procurar o Procon.

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