No começo a sensação é de insegurança. Afinal, sentar-se “no ar” é algo que nosso instinto não está acostumado, e o medo de cair acaba atrapalhando.
Mas bastam alguns minutos para se habituar com o exoesqueleto de apoio aos membros inferiores, que estreou no fim de 2017 na linha de montagem da FCA, em Betim (MG), onde são produzidos os carros da marca Fiat.
O exoesqueleto é um dos dez usados para reduzir a fadiga dos trabalhadores em tarefas repetitivas e com ergonomia desfavorável. Cada área exige um modelo específico.
O equipamento testado por QUATRO RODAS, por exemplo, atende os funcionários que fazem a colocação de peças na parte frontal do carro. Ele é usado como se fosse uma mochila.
Molas e amortecedores atrás das coxas e panturrilhas permitem que você possa descansar as pernas ao se agachar, como se houvesse uma cadeira invisível.
“O exoesqueleto não aumenta a força do funcionário, mas reduz a fadiga muscular e o risco de lesões”, explica Cristiano Felix, gerente de saúde e segurança do trabalho da FCA.
Para quem precisa abaixar até 550 vezes em um único turno de trabalho, essa ajuda vem a calhar e elimina a necessidade de grandes adaptações na linha de montagem.
O equipamento de US$ 10.000 também dá um status diferenciado aos aspirantes a Tony Stark brasileiros.
“Ele chama a atenção na linha, e diversos funcionários já pediram para usar o exoesqueleto em suas estações de trabalho”, conta Felix.
Videogame para funcionários
Antes de iniciar a produção de um carro, a FCA testa a linha de montagem do futuro veículo em uma sala de realidade virtual.
Usando óculos especiais e um controle de Nintendo Wii adaptado, é possível identificar antes possíveis dificuldades na colocação de peças e até qual região do corpo do funcionário irá ficar sobrecarregada.