Muitos desavisados já comentaram aqui na QUATRO RODAS que os preços do novo Jeep Compass são altos demais para concorrer com HR-V, Renegade, EcoSport e Duster, os líderes de vendas entre SUVs. Não é bem assim.
Até porque seus alvos são outros: os SUVs médios, um patamar acima em preço, porte e equipamentos, e com presença considerável no mercado – o Hyundai ix35, por exemplo, é o 36° carro mais emplacado no acumulado geral de 2016, à frente de Peugeot 208, Nissan Sentra, Ford Focus e VW Jetta.
Mais do que design ou motorização, a grande arma do Compass para se destacar é seu amplo posicionamento de mercado. Além do preço inicial de competitivos R$ 99.990, ele traz versões diesel bem equipadas capazes de fazer frente a um grande número de concorrentes. Nós tentamos identificar todos eles, versão por versão, aqui.
Jeep Compass Sport 2.0 Flex – R$ 99.990
Jeep Compass Longitude 2.0 Flex – R$ 106.990
As duas versões mais acessíveis do Compass disputam praticamente os mesmos clientes. A Sport tem a função de ser a versão chamariz, que levará o cliente para a concessionária. Por ser mais simples, pode até ser mais interessante descer um degrau e optar pelo Renegade Limited, que é bem equipado e custa R$ 97.490.
Porém, a tendência é que quem realmente estiver interessado no Compass opte pelo Longitude, que por R$ 7 mil a mais soma detalhes visuais como cromado ao redor dos vidros, maçanetas e retrovisores pintados, rodas aro 18″ e ainda equipamentos como chave keyless, ar-condicionado digital dual-zone e central multimídia com tela de 8,4″ em vez da pequena de 5″.
Desta forma, as versões mais em conta brigam diretamente com Mitsubishi ASX (R$ 97.990, seja manual ou automático), Hyundai iX35 (R$ 99.990) e Kia Sportage (R$ 112.990). Todos os três têm motor 2.0 e câmbio automático de seis marchas (no caso do ASX, o CVT simula seis marchas), mas o Compass leva séria vantagem nos equipamentos de série: nenhum dos três orientais oferece controles de estabilidade e tração nesta faixa de preço – um equipamento de série em todos os Compass.
A Chevrolet Captiva, de R$ 106.090, consegue equilíbrio na lista de equipamentos e ainda tem o pujante motor 2.4 de 184 cv. Mas está muito defasada em termos de estilo e imagem.
Jeep Compass Limited 2.0 Flex – R$ 124.990
Como versão topo de linha com o motor flex, a Limited reúne equipamentos mais sofisticados de série. É o caso dos sete airbags, faróis de xênon, monitor de pontos cegos, quadro de instrumentos com tela digital TFT, monitor de pontos cegos, retrovisores rebatíveis, bancos de couro e sensores de luz e chuva.
Nesta faixa de preço há modelos como o parente Dodge Journey SXT, que custa R$ 117.990 com um respeitável V6 3.6 de 294 cv, e o exótico Troller T4, que tem motor 3.2 turbodiesel de 200 cv e câmbio manual de seis marchas (R$ 122.441).
Há outra opção: o recém-lançado Tiguan 1.4 TSI custa R$ 125.990. Mas ele já está em fim de carreira (na Europa, já foi substituído), e sua lista de equipamentos, apesar de incluir itens interessantes como seis airbags, não faz frente à ampla oferta do Compass Limited.
Jeep Compass Longitude 2.0 Turbodiesel 4×4 – R$ 132.990
Com preço R$ 26 mil mais alto que o da versão flex, o Compass Longitude com motor turbodiesel existe para atrair quem quer (e pode pagar) a força extra do motor, a tração 4×4 e a autonomia em viagens. Além de todos os itens do Longitude flex, ele traz seletor de modo de tração com programas específicos para lama, areia e neve.
A concorrência aqui é mais variada, mas nenhum oferece os benefícios do diesel. O Mitsubishi Outlander 2.0, por exemplo, parte dos R$ 131.990, mas assim como o Toyota RAV4 2.0 (R$ 132.950) não tem controles de estabilidade e tração.
Um rival mais forte parecem ser o Audi Q3 1.4 TFSI Attraction, que já tem produção nacional e parte dos R$ 136.990. De série, o Audi traz faróis bi-xenônio, sensor crepuscular e de chuva, banco do motorista com ajustes elétrico, controles de estabilidade e tração, quatro airbags (o Longitude básico só tem dois) e freio de estacionamento elétrico com hill assist.
Outro que promete competitividade é a nova geração do Hyundai Tucson, prevista para o próximo ano com motor 1.6 turbo, e que também deverá ocupar esta faixa de preços – mas sem lista de equipamentos definida ainda.
Jeep Compass Trailhawk 2.0 Turbodiesel 4×4 – R$ 149.990
Versão com pegada mais off-road da linha, o Compass Trailhawk tem toda uma indumentária própria, mas seu pacote de equipamentos é equivalente ao da versão Limited, com direito aos mesmos faróis de xênon, sete airbags, monitor de pontos cegos e bancos de couro. Porém, está numa faixa de preço perigosa.
Um Honda CR-V parte dos R$ 148.000, por exemplo, enquando um Toyota SW4 SR (maior, e com espaço para até sete pessoas) com motor 2.7 flex custa R$ 146.550. Entre os premium existe o Mercedes GLA 200, que custa R$ 156.900 com motor 1.6 turbo e até o Mini Countryman S por R$ 146.950. Mas de novo: não há concorrente com motor diesel.
A tabela abaixo, que lista os SUVs a diesel mais acessíveis do mercado, dá a entender que os únicos concorrentes realmente diretos do Compass para quem prefere este tipo de combustível estão dentro de casa, na forma das versões diesel de Renegade (a partir de R$ 121.990) e Toro (R$ 122.710 na versão top Volcano).
Mitsubishi Pajero Full 3 portas | R$ 188.990 |
Chevrolet Trailblazer LTZ 2.8 Turbodiesel | R$ 189.990 |
Mitsubishi Pajero HPE 3.2 | R$ 194.990 |
Mitsubishi Outlander diesel | R$ 195.990 |
Volvo XC60 D5 | R$ 199.990 |
A Toro, por sinal, é uma prova de que há uma forte demanda por modelos a diesel nessa faixa de preço. Com público predominantemente vindo dos SUVs, a picape da Fiat concentra nas versões a diesel nada menos que metade de suas vendas.