Diretoria da GM sabia de problemas com os carros desde 2002
É o que afirma ex-funcionário que trabalhava com controle de qualidade nos Estados Unidos
A atual história delicada da General Motors nos Estados Unidos acaba de ganhar mais um capítulo importante nesta segunda-feira (23). De acordo com a agência de notícias Reuters, William McAleer, ex-chefe de supervisão corporativa de qualidade da montadora norte-americana, avisou toda a diretoria da companhia, por meio de uma carta, ainda em 2002, de problemas que estava afetando a qualidade dos veículos produzidos.
A revelação desta informação, e o conteúdo da carta, mostra que toda a cúpula da General Motors já sabia que os carros produzidos continham falhas, foram avisados para que interrompessem às vendas e tomassem atitudes em relação aos veículos que já haviam sido vendidos, mas teriam escolhido ignorar esta informação, cerca de 11 anos antes do início de mais de 30 recalls e que a maior crise de credibilidade da história da montadora explodisse.
Ainda segundo McAleer, sua unidade de trabalho encontrava regularmente sérios problemas nos carros recém produzidos e, quando tentava avisar aos superiores do que havia achado, recebia como resposta apenas ordens para deixar de participar de assuntos relacionados com segurança. Depois de tanto tentar, Tom acabou sendo posteriormente transferido de posto em 1998.
William acusa ainda o principal encarregado de qualidade na América do Norte na época, Tom LaSorda, Vice-Presidente da GM, de impedi-lo de falar com a alta direção da companhia. Procurado pela Reuters, Tom se recusou a comentar o assunto. Indagado sobre o assunto, o porta-voz da General Motors, Jim Cain, disse que não conseguiria falar sobre algo que havia ocorrido 12 anos atrás.
“Entretanto, a empresa está levando a sério as preocupações com segurança, além de realizar a mais exaustiva e abrangente revisão da história da General Motors, o que também inclui avaliar carros construídos ainda na década de 1990. E, caso algo relacionado com segurança seja encontrado, a empresa irá agir”, encerrou Cain.