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EcoSport 1.6 x EcoSport 2.0

Versão FreeStyle 1.6 ou 2.0? Na pista, um tira teima revela qual versão é a melhor opção de compra

Por Péricles Malheiros | foto: Christian Castanho
Atualizado em 19 mar 2024, 11h38 - Publicado em 26 set 2012, 17h25
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A diferença de preço entre as versões com motor 1.6 e 2.0 será de apenas 2 500 reais. Idênticos na forma e no conteúdo, os dois Eco FreeStyle foram convocados para um tira-teima em nossa pista.Valeu a correria às vésperas do fechamento da edição: saímos do campo de provas com a resposta na ponta da língua – só não vou contar agora para não estragar a surpresa.

Na edição anterior, avaliamos o Eco 1.6, mas decidimos refazer todas as medições para garantir a igualdade de condições. Em nome da simulação da vida real, completamos o teste com uma bateria completa com os dois modelos lastreados. Além do piloto, carregamos os Eco com 350 kg, simulando quatro convidados e bagagem – os sacos de areia foram distribuídos na cabine e no porta-malas e os pneus, recalibrados de acordo com a recomendação da Ford. Para evitar diferenças de desempenho por causa do combustível, o tanque de ambos foi esgotado e completado com etanol no mesmo posto.

Dependendo da condição de uso, um carro com motor maior pode se revelar uma compra mais racional, pois o motorista pisa menos no acelerador. É o que acontece, por exemplo, com quem costuma rodar muito em estrada ou andar boa parte do tempo com a família a bordo.

Na prova de aceleração, deu a lógica: o 2.0 foi melhor tanto vazio quanto carregado. Na média, o 2.0 registrou tempos 11% melhores no 0 a 100 km/h, mas o piloto vê a vantagem diminuir se continuar de pé embaixo. No teste de 0 a 1 000 metros, essa superioridade cai para 4,5%.

Menos é mais

As surpresas surgem na análise dos números de retomada. Por padrão, realizamos duas passagens de cada uma das três medições (40 a 80 km/h em terceira marcha, 60 a 100 em quarta e 80 a 120 em quinta). O esperado seria ver o Eco com Duratec 2.0 de 147/141 cv ganhar velocidade mais rapidamente que o movido pelo Sigma 1.6 de 115/110 cv. Contudo, apenas a prova feita em terceira marcha confirmou a teoria, mas foi por muito pouco: o Eco de 2 litros andou na frente do 1,6 com uma diferença de 1 décimo de segundo (vazio) a 4 décimos (lastreado). Nas demais provas, o 1.6 surpreendeu com uma ampla vantagem sobre o 2.0, sobretudo na de 60 a 100 km/h, sem lastro: 11,1 ante 12,7 segundos, uma marca 14,4% melhor.

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A prova derradeira da superioridade da versão mais em conta do EcoSport FreeStyle veio nos testes de consumo de combustível. Como era possível antecipar, o 2.0 sente menos ao rodar carregado. Na simulação de um trajeto urbano, o consumo se elevou em 3% em relação ao “descarregado” – 2,3% no rodoviário. O dono de um Eco 1.6 verá seu carro beber 11,6% mais quando transportar a família dentro da cidade e 2,9% ao cair na estrada.

A análise dos testes de consumo também permite estabelecer um confronto direto do 1.6 contra o 2.0. Na condição “sem carga”, o 2.0 consumiu 22,1% mais etanol que o 1.6 na cidade (6,7 ante 8,6 km/l) e 15,4% na estrada (8,8 ante 10,4 km/l). Carregado, o 2.0 até consegue diminuir a desvantagem em relação ao 1.6, mas com uma elevação de consumo ainda assim considerável, de 14,5% na cidade e 14,9% na estrada.

Os testes de frenagem também colocaram o 1.6 em vantagem diante do 2.0. Com sistemas de freio rigorosamente iguais, a explicação só pode estar em dois pontos: nos 32 kg extras do modelo mais caro ou em sua menor quilometragem – ele chegou à pista tendo rodado apenas 370 km, enquanto o 1.6 se apresentou para o teste menos “verde”, com a marca de 9 500 km no hodômetro.

Ladeira acima

O dia a dia ao volante revela uma fiel tradução do que se viu na pista. Em ladeiras íngremes, com ar-condicionado ligado, o Eco 1.6 pode até causar a impressão de falta de fôlego, mas o 2.0, apesar de mostrar mais pique, também passa longe de ser um atleta com preparo para encarar qualquer escalada. Definitivamente, só vale o investimento de 2500 reais extras para quem faz questão de arrancadas mais vigorosas, ainda que isso leve a paradas constantes para abastecer o tanque de combustível.

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Bem-acabado, o novo EcoSport FreeStyle busca justificar o preço elevado (59 990 reais o 1.6 16V e 62 490 reais o 2.0 16V) com um pacote de equipamentos de encher os olhos. Entre os itens de segurança destacam-se ABS, airbag duplo, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em ladeira e posição central do banco traseiro com encosto de cabeça e cinto de três pontos. Ar-condicionado, direção com assistência elétrica, som (com viva-voz de celular Bluetooth, entradas auxiliares e acionamento por voz), travas, vidros e retrovisores com acionamento elétrico e volante com ajuste de altura e profundidade garantem o conforto. Pinturas especiais (metálica e perolizada) e um pacote com revestimento interno de couro e airbags laterais e do tipo cortina (de 3700 reais) são os únicos opcionais da FreeStyle.

Mas, se os materiais da cabine são de boa qualidade, a montagem da carroceria ainda precisa ser aprimorada. Entre modelos cedidos para fotos e testes, já tive contato com seis unidades do Eco 2013 e todas apresentavam severo desalinhamento da tampa do porta-malas e peso excessivo do movimento inicial das portas dianteiras, que não raramente escapavam da mão ao ser abertas. Apesar de a Ford deixar claro que os modelos ainda são pré-série, vale ficar de olho na qualidade das primeiras fornadas de Eco a ganhar as ruas.

As vendas iniciam em setembro, quando começam a ser entregues as 2 500 unidades comercializadas no período de pré-venda, em julho.

VEREDICTO

Os números obtidos na pista não deixam dúvida: a menos que você faça muita questão de acelerações mais vigorosas, o motor 1.6 
é a opção mais racional para empurrar o Eco FreeStyle. O modelo ficou mais caro numa comparação com a geração anterior, mas a evolução de qualidade e conteúdo é inegável.

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>> Confira aqui o Desempenho dos carros

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