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Estudo indica que China já investiu R$ 1,5 trilhão em carros elétricos

Pesquisa do CSIS indica que investimento chinês entre 2009 e 2023 foi de U$ 230,8 bilhões, mas pode ter sido ainda maior

Por João Vitor Ferreira
Atualizado em 24 jun 2024, 12h08 - Publicado em 24 jun 2024, 12h00
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  • Não restam dúvidas que a China se tornou a referência no desenvolvimento de carros elétricos e suas tecnologias, mas tudo isso tem um motivo bem claro: o apoio e incentivos do governo chinês. Pesquisa do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) estima que foram investidos cerca de U$ 230,8 bilhões, cerca de R$ 1,5 trilhão, entre 2009 e 2023 em apoio à indústria do carro elétrico.

    Para se ter uma noção de quão grande é o investimento chinês, os EUA, atual terceiro maior mercado de carros elétricos do mundo, investiu U$ 1 bilhão em créditos fiscais antecipados em 2024.

    Um detalhe interessante percebido pelos pesquisadores do CSIS é a maneira que esse dinheiro é investido na China. O governo oferece incentivos em várias formas, desde isenção ou redução de taxas, passando por financiamentos para infraestrutura e até comprando frotas de carros elétricos.

    Claro, que a maior parte do dinheiro é investida em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. Entre 2009 e 2017, estima-se que o governo chinês gastou aproximadamente U$ 2 bilhões de dólares nessa área, aumentando para U$ 3,6 bilhões em 2018. Já no ano passado o valor chegou aos U$ 4,3 bilhões.

    O aumento gradual do investimento foi uma característica marcante dos incentivos chineses, não só na área científica. No geral, entre 2009 e 2017 o investimento foi de aproximadamente U$ 6,7 bilhões. Nos dois anos seguintes, entre 2018 e 2020, o CSIS afirma que o montante aplicado triplicou, tendo um “crescimento acentuado” após 2021.

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    De acordo com o próprio CSIS, tudo isso é apenas uma parte do que foi investido. Na verdade, os pesquisadores classificaram seu estudo como “altamente conservador”, já que não levaram em consideração incentivos locais, doações de terras, descontos em eletricidade e subsídios a fornecedores.

    O caso da CATL, uma das gigantes chinesas na produção de baterias, é um bom exemplo de grandes incentivos governamentais que não entraram na conta do CSIS. A empresa afirma que recebeu US$ 809,2 milhões em subsídios em 2023, dez vezes mais que o recebido em 2018 e o dobro do que recebeu em 2022.

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    Os grandes investimentos gerou um “boom” de montadoras. Com isso, o CSIS prevê que muitas entrarão em colapso, sobrando apenas as que conseguirem se destacar mundialmente (Divulgação/BYD)

    Com todo esse dinheiro injetado, fica claro o motivo da indústria de carros elétricos ser tão desenvolvida na China. Mas o CSIS destaca que, aparentemente, eles se desenvolveram até demais.

    Atualmente existem mais de 200 montadoras chinesas focadas em carros elétricos, mas poucas são lucrativas. Além disso, existe oferta em excesso de modelos, gerando uma guerra nos preços, que obrigam as montadoras a explorar outros mercados.

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    De acordo com CSIS, é só questão de tempo para que a grande maioria desapareça, sobrando apenas aquelas chamadas de “pilares”. Certamente, uma delas será a BYD, atual líder na produção de carros elétricos e que vem ganhando mais espaço no ocidente.

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