Falta de carros híbridos na Nissan pode custar o emprego de CEO
Segundo agência, Makoto Uchida teria dito que demanda por híbridos era "passageira"; empresa opera em "modo de emergência"

O gosto do público mudou rápido em relação aos elétricos. Se antes a novidade atraiu muitos compradores e até ditou tendência entre os projetos das montadoras, hoje a procura diminuiu, sendo preteridos pelos híbridos. Quem não investiu nesse mercado anteriormente, agora, está pagando o preço. Esse é o caso da Nissan.
Desde o fim da pandemia da Covid-19, a japonesa concentrou boa parte dos seus esforços no desenvolvimento e lançamento de novos carros elétricos, deixando os híbridos de escanteio. Mas essa decisão não está sendo lucrativa para a empresa, e pode custar o emprego do CEO, Makoto Uchida.
A agência Reuters conversou com fontes anônimas ligadas à Nissan. Segundo elas, executivos começaram a se perguntar, meses atrás, sobre a falta de carros híbridos para os EUA, mas Uchida teria dito que essa alta demanda seria apenas passageira. “É uma desculpa, mas até novembro do ano passado, não conseguíamos prever o rápido aumento da demanda por híbridos”, disse Uchida, segundo a Reuters.

Para correr atrás do tempo perdido, a Nissan está preparando 17 novos motores híbridos, que devem chegar até 2027. Ao mesmo tempo, a montadora enfrenta uma dura crise, que pode até fazer com que ela seja vendida à rival Honda. De acordo com o site Financial Times, a montadora teria cerca de um ano, antes de ser falir completamente, sendo obrigada a correr contra o tempo para conseguir um acionista majoritário. Em novembro, a empresa também anunciou publicamente que está operando em “modo de emergência”.
Paralelo a isso, a empresa também não tem performado bem nas lojas. Apesar das vendas de carros da marca terem subido 1,7% entre 2023 e 2024, nos EUA, sua marca de luxo, Infiniti, teve queda de 12,8%.
Isso levou a uma baixa de 2,2% nas vendas do Grupo Nissan. Na China, outro importante mercado, a marca-mãe teve queda de 13,1% nas vendas gerais. Segundo a Reuters, a maior parte das vendas são feitas com incentivos, o que reduz boa parte dos lucros.