Fatos e curiosidades da quase centenária 24 Horas de Le Mans
Perto de completar 100 anos de existência, a mais famosa corrida de longa duração do automobilismo ainda é um sonho a ser conquistado pelos brasileiros
Com tanta tradição no automobilismo, os brasileiros nunca conquistaram o primeiro lugar na categoria principal da lendária 24 Horas de Le Mans. Este ano, na 90a edição da competição, não foi diferente. A melhor colocação foi do piloto Daniel Serra, com o segundo lugar, na categoria LMGTE PRO, pilotando uma Ferrari 488 GTE EVO, junto com o italiano Alessando Pier Guidi e o britânico James Calado.
O estreante Pietro Fittipaldi, neto do piloto Emerson Fittipaldi, disputou na LMP2, tendo em sua equipe o suíço Fabio Luca Scherer e o dinamarquês David Heinemeier Hansson ao volante do protótipo Oreca 07, e terminou em 14o.
Na categoria principal, Hypercar, o brasileiro mais bem colocado foi Pipo Derani, que chegou em quarto, com o protótipo Gliken-hauss 007 LMH, tendo como companheiros os franceses Olivier Pla e Romain Dumas.
Eles completaram 370 voltas, enquanto os vencedores, Sébastien Buemi (francês), Brendon Hartley (neozelandês) e Ryo Hira-kawa (japonês), com um Toyota GR010 Hybrid, deram 380 voltas. A Toyota vence pelo quinto ano consecutivo.
A 24 Horas de Le Mans 2022 reuniu 185 pilotos de todo o mundo, sendo seis brasileiros inscritos: André Negrão (Alpine), Pipo Derani (Glickenhaus) na categoria Hypercar; Felipe Nasr (Risi) na LMP2; Daniel Serra (AF Corse) na GTE Pro; e Felipe Fraga (TF Sport) e Marcos Gomes (NorthWest) na GTE Am.
A categoria principal, de Negrão e Derani, teve cinco carros na pista, enquanto 25 foram confirmados na LMP2, oito na GTE Pro, 23 na GTE Am e um da divisão separada batizada de “Carro Inovador”.
Le Mans é conhecida mundialmente pelos fãs de corridas de automóveis. Um nome mágico, que representa a mais tradicional prova de resistência do automobilismo.
Ela surgiu de uma ideia original para a época, início do século 20, de se testar os novos carros e tecnologias não apenas em termos de velocidade, mas também desafiando os limites da sobrevivência, algo extremamente útil para as fábricas e seus clientes.
A prova é realizada no circuito de La Sarthe, cidade de Le Mans, na França, e a pista é longa: são 13.629 metros de extensão, mesclando partes de circuito fechado (o autódromo Circuit Bugatti) com trechos de estradas locais.
Talvez a parte mais emblemática seja a reta Hunaudières – que originalmente possuía 6 quilômetros de comprimento e na qual os carros podiam atingir cerca de 400 km/h.
Como essa reta leva à aldeia de Mulsanne, muitos a chamam erroneamente de reta de Mulsanne, mas este não é o nome oficial. De qualquer forma, desde 1990 a reta foi cortada por duas chicanes, já que nesse ano a FIA determinou que nenhuma reta em circuito poderia ter mais do que 2 quilômetros.
E, embora tenha tirado um pouco do glamour do circuito, a grande verdade é que por questões de segurança esse foi um mal necessário, diante das velocidades tão altas que os carros alcançavam.
Disputada desde 1923, Le Mans completa 100 anos no ano que vem. Apesar de anual, houve quatro corridas que foram canceladas ao longo da história: 1936 e 1968, por problemas políticos na França, e de 1940 a 1948, por causa da segunda grande guerra.