Tradições se mantêm enquanto há força — algo difícil quando no outro lado há uma tendência global de combate aos gases estufa. Por isso os mais puristas já devem se preparar para conhecer, nos próximos anos, a primeira Ferrari elétrica.
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A informação foi dada na semana passada (2), por ninguém menos que o CEO em exercício da companhia, John Elkann.
Perguntado, durante reunião com investidores, como pretende lidar com as diversas restrições a veículos a combustão programadas para cidades europeias nos próximos anos, o executivo disse que resistirá, mas não a ponto de comprometer a existência da icônica marca.
“2030 será um ano em que teremos carros híbridos. Então, dentro de uma década, não veremos a Ferrari completamente elétrica; o que veremos é uma Ferrari elétrica”, disse de maneira um pouco ambígua.
Com base no contexto do evento, é possível inferir que a primeira menção à Ferrari foi sobre a companhia no todo, enquanto a segunda citação foi a um modelo específico. Desse modo, em 2030 a italiana teria no seu portfólio os tradicionais esportivos a gasolina, híbridos e um inédito modelo completamente elétrico.
A posição de Elkann corrobora o antigo CEO da Ferrari, Louis Camilleri, que já havia citado, no ano retrasado, planos de criar um EV de 2025 em diante, mas lutando enquanto possível para manter a produção tradicional. “Eu certamente não vejo a Ferrari 100% elétrica. E durante minha vida, sequer chegará aos 50%”, disse o egípcio à época.
Uma das soluções que o Cavallino Rampante deve buscar são brechas aplicáveis a pequenos fabricantes, que devem seguir construindo carros a combustão em regime especial.
Países como o Reino Unido já têm prazos estabelecidos para a guinada elétrica. Na ilha britânica, carros não-elétricos serão proibidos à venda em 2030, com somente ‘full EVs’ permitidos a partir de 2035.
Na Europa, a rígida norma Euro 7 entrará em vigor em 2025, tornando bem mais difícil a vida dos motores a diesel e gasolina. No Brasil, já há projetos no Senado que propõem proibição semelhante em 2030, com circulação de carros não-elétricos permitida, a partir de 2040, somente a modelos de coleção.
A Ferrari já possui modelos híbridos como o cupê LaFerrari e a SF90 Stradale, homônima ao carro de F1 da Scuderia. Essa semelhança não é em vão, já que os motores elétricos desses esportivos ainda atuam somente como auxiliares ao de combustão — uma parcela pequena do necessário para que uma unidade de Maranello atinja o desempenho esperado.
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