Quando a Ferrari lançou a SF90 chamou a atenção por toda a sua esportividade e por não ser tão exclusiva quanto o primeiro híbrido da marca, a LaFerrari. Quatro anos depois, o superesportivo plug-in retorna, com mais apimentado e com uma nomenclatura, até então, exclusiva para os veículos de pista mais exclusivos da montadora.
A Ferrari SF90 XX recebe a sigla que se tornou famosa em 2005, quando a Ferrari baseou-se na Enzo para criar a FXX, um carro de corrida que recebeu diversas melhorias para chegar aos 860 cv e se tornar o modelo mais rápido da montadora naquela época. Agora com o seu retorno, tanto a versão cupê, Stradale, quanto a conversível, Spider, recebem diversas melhorias e são os primeiros modelos XX homologados para andar nas ruas.
O coração da SF90 XX continua sendo o V8 4.0 biturbo central, mas ele ganhou novos pistões, que aumentam a taxa de compressão, e uma nova câmara de combustão. Os upgrades resultam em um aumento de 17 cv de potência, chegando à 797 cv só no motor a combustão. O que não mudou foi a transmissão, que continua sendo de dupla embreagem com oito marchas.
Assim como a SF90 original, essa nova versão também tem o auxílio de outros três motores elétricos, que são alimentados pela mesma bateria de 7,9 kWh. O sistema elétrico também ficou mais potente, passando dos 220 cv para 230 cv. Os motores elétricos podem tracionar o carro sozinhos pelos mesmos 25 km da versão padrão.
Totalizando, a SF90 XX está 30 cv mais potente e agora soma 1.030 cv. Porém, ela também ficou mais leve, perdendo 10 kg. Só no motor, a Ferrari perdeu 3,5 kg, enquanto os novos assentos formados por duas peças são 1,3 kg mais leves do que o da versão padrão. O resto da “dieta” vem do uso de fibra de carbono. No total, a nova SF90 XX Stradale pesa 1.560 kg, enquanto a Spider é 100 kg mais pesada.
Se a redução de peso e o ganho de potência não foram tão significantes para você (afinal, o que são 30 cv para um carro que já tinha 1.000 cv?) , o melhor ainda está por vir. Embora ainda mantenha o design da original, a versão XX traz mudanças no visual que ajudam e muito a melhorar sua aerodinâmica.
Na traseira, a Ferrari instalou uma grande asa fixa, fruto do DNA de corrida dos XX e que não era visto em um carro de rua da montadora desde a F50 lançado em 1995. Ela trabalha em conjunto com a asa ativa, que não foi retirada. A parte de trás da carroceria também foi alongada e o difusor foi trocado por um menor.
Dutos de ar foram instalados na dianteira, que ajudam não só na aerodinâmica, como também a levar o ar quente para fora do motor, melhorando seu arrefecimento. As melhorias resultam em 530 kg de downforce a 250 km/h, contra 390 kg do modelo padrão na mesma velocidade, sendo a Ferrari para as ruas com a melhor aerodinâmica já feita.
O conjunto de todas essas mudanças resulta em um desempenho superior, claro. Embora a Ferrari não tenha informado os tempos de volta da SF90 XX, a montadora declara um 0 a 100 km/h de 2,3 s, 0,2 s mais rápido que a original e uma velocidade máxima de 320 km/h.
As duas versões só mostram diferenças na aceleração de 0 a 200 km/h. Por ser um conversível e 100 kg mais pesada, a Spider é dois décimos mais lenta que o cupê, levando 6,7 s para atingir essa velocidade.
A SF90 Stradale chegará primeiro, ainda no começo de 2024, custando 770.000 euros (cerca de R$ 4.079.000) e está limitada a 799 unidades. Já a Spider é ainda mais exclusiva, tendo apenas 599 unidades e custando 850.000 euros (R$ 4,5 milhões) e começará a ser entregue no fim do próximo ano. Todas as unidades já estão reservadas.