Difícil encontrar quem discorde de que a grande estrela do Salão de Paris de 1984 foi a Ferrari Testarossa, escolhido o mais belo carro do evento. Sua tarefa não era nada fácil. Ela foi projetada para substituir a 512 Berlinetta Boxer (BB), primeiro modelo da marca com motor central, clássico muito elogiado e admirado da década anterior. A apresentação para imprensa e convidados se deu na véspera da abertura do salão no clube noturno Lido, na avenida Champs Elysées, cartão-postal da capital francesa.
Dessa vez o motor boxer de 12 cilindros partia de 390 cv, o que levava a Testarossa a até 290 km/h e cumpria a marca de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos. Era o motor mais potente em um carro de produção até então. O câmbio manual dispunha de cinco velocidades. Era também a primeira vez que uma Ferrari tinha um nome que não fosse uma sigla. Ele homenageava os modelos 250 e 500 Testa Rossa de corrida da escuderia Ferrari nos anos 50, que usavam cabeçotes vermelhos. O motor agora tinha quatro válvulas por cilindro.
Se o desenho geral da carroceria era evolutivo em relação à BB, a Pininfarina não teve pudores de criar as tomadas de ar laterais com várias aletas – havia um radiador para cada lado -, combinando com a grade (falsa) dianteira e a traseira, que cobria até as lanternas. Radical para a época, o design até hoje é considerado exagerado por alguns, tanto melhor como símbolo das extravagâncias estéticas da época. Na Auto Expo de Los Angeles em 1985, a Testarossa recebeu dos organizadores o prêmio “Car Design Award 1985”. Com 7177 produzidas até 1991, o superesportivo teria vida mediante atualizações extra com a 512 TR até 1994 e depois com a 512 M até 1996.