Um minuto de silêncio, por favor. O Dodge Viper, carro que melhor retrata a face exótica dos esportivos norte-americanos, terá sua produção encerrada em 31 de agosto.
O clima de despedida paira sobre a fábrica na Conner Avenue, em Detroit, há um ano, quando a Dodge confirmou o fim do superesportivo. Na época, lançaram cinco séries especiais limitadas, homenageando as principais versões do Viper.
Elas foram vendidas em poucas poucas horas.
Foi apenas um lapso. Na verdade, esta quarta geração do Viper enfrentou problemas com baixas vendas desde 2012.
Em 2010, a Fiat assumiu o Grupo Chysler e tirou o Viper do mercado para que a Ferrari fizesse melhorias técnicas e mecânicas. A principal delas foi a instalação de um controle de estabilidade.
Mas o Dodge Viper não perdeu seu lado chucro. Apenas ficou sem muitos argumentos para justificar o preço bem acima dos Chevrolet Corvette e até do Dodge Challenger Hellcat.
O que jogava a seu favor era o enorme motor Pushrod V10 8.4L aspirado – que um dia foi usado em caminhões – com pujantes 654 cv e 83 mkgf de torque, sempre com câmbio manual Tremec de seis marchas.
É daqueles conjuntos para os que não ligam para emissões, consumo ou tendências de mercado como o downsizing.
Até 31 de agosto, o Viper será o carro com maior motor em produção no mundo. E sua produção não poderia ir muito além disso: a partir de 2018 airbags laterais serão obrigatórios nos carros vendidos nos Estados Unidos.
Para instalar o equipamento em um Viper a Fiat teria que investir muito dinheiro em alterações no projeto. As baixas vendas não justificariam.
Este é o último Viper dos tempos em que mais realmente era mais. Não se fala em uma nova geração, até mesmo porque a FCA tem problemas maiores para lidar neste momento, como a falta de motores menores e eficientes para seus carros generalistas. O certo é que uma futura nova geração será completamente diferente da víbora que conhecemos.