Enquanto o Troller T4 teve o fim de sua produção anunciada para setembro e a paralização total da fábrica de Horizonte (CE) está marcado para novembro, ainda havia alguma esperança pela compra da Troller e pela continuidade da marca nas mãos de um novo proprietário. Mas isso não acontecerá.
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A marca de origem cearense pertence, desde 2007, à Ford. que estava tentando vendê-la desde janeiro. Àquela altura a fabricante interrompeu imediatamente a fabricação nacional dos Ford, enquanto garantiu a continuidade da produção dos Troller até os últimos meses do ano.
Sob mediação de órgãos do governo cearense, como a Sedet (Secretaria do Desenvolvimento Econômico e do Trabalho) e a Secretaria da Fazenda, as negociações para a venda da Troller ocorreram até a última segunda-feira (9). Acabaram, porém, por ordem vinda diretamente da matriz americana da Ford.
“Na tarde dessa segunda-feira, 9, o diretor institucional da Ford no Brasil, Rogélio Goldfarb, informou por telefone ao titular da Sedet, Maia Júnior, a suspensão das negociações alegando decisões da matriz americana que havia contratado empresa especializada em fusões e aquisições para o processo”, explica o órgão cearense.
A decisão da Ford seria de não vender a marca Troller, nem o design dos seus produtos, somente o complexo fabril composto pelo terreno de 120.142 m² com 21.736 m² de área construída.
Para o governo do Ceará, a decisão foi um choque. O estado estava determinado a encontrar um comprador e estava esperançoso com o afunilamento das negociações no mês passado, quando sobraram três candidatos e as propostas atendiam aos interesses da montadora.
“Continuaremos firmes na busca de entendimentos para que a Ford reflita que esta posição tomada pela matriz é indesejada por nós. A marca Troller não é mundial, foi criada por cearenses! Esperamos que a Ford americana e a do Brasil não prejudiquem o desenvolvimento do Ceará e os trabalhadores cearenses”, ressaltou o secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará, Maia Júnior.
A Troller gera cerca de 470 empregos com a produção do seu único veículo, o T4. A fábrica funcionará até novembro fabricando peças para suprir a necessidade dos consumidores. Até lá, o Sindicato dos Metalúrgicos de Maracanaú (Sindimetal) seguirá em negociações com a Ford. A esperança é que eles fechem um acordo justo e que assegure os direitos dos funcionários.