Financiamento balão: a compra que vira recompra

Inaugurado no fim de 2014, o plano de financiamento balão é comum entre marcas premium como Audi (Audi Pass), BMW (Sign & Go), Mercedes (Flexibility), Jaguar e Land Rover (Access). Mas agora ganha a participação de marcas mais generalistas como Nissan (Nissan Replay) e Volkswagen (Sempre Novo). A Chevrolet, que não adota nome específico, e a Hyundai (Compra Certa) já estavam disponíveis.

Na prática, o plano funciona da seguinte maneira: o comprador dá uma entrada (de 10% a 30%) e paga o saldo em 24 ou 36 parcelas (o caso da Nissan e Volkswagen). A última corresponde de 40% a 50% do valor do veículo, que é a parcela balão.

O que deve estar passando pela sua cabeça é: mas vale a pena deixar um valor tão alto para o final? Caso sua intenção seja trocar de carro em um curto período, vale sim. A parcela balão não precisa ser quitada em dinheiro. O que entra como pagamento é o valor do veículo usado. Parte do dinheiro da venda quita o financiamento e a sobra serve para dar entrada em outro modelo zero-quilômetro (veja quadro abaixo). “Para quem quer trocar de automóvel em um curto período, esse tipo de plano é vantajoso, principalmente por ter uma parcela mais acessível”, diz o consultor Paulo Garbossa.

Foi a escolha da assistente financeira Eline de Alencar. “Dei 30% de entrada em um Versa e vou pagar uma parcela R$ 150 mais barata do que em um financiamento tradicional”, conta Eline, que pretende comprar outro zero-quilômetro da mesma marca ao fim do contrato.

O problema desse tipo de financiamento é que ele cobra fidelidade para trazer vantagens. Caso o comprador desista de trocar de carro ou resolva trocar de marca ao fim do financiamento, ele terá que quitar a parcela balão – a marca não irá receber o veículo usado como forma de pagamento.