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Forças ocultas

Na busca para baixar consumo e emissões, a aerodinâmica é a última fronteira

Por André Paixão
Atualizado em 9 nov 2016, 12h15 - Publicado em 6 fev 2013, 16h00
geral

Quase tão antiga quanto os primeiros veículos movidos a motor, a busca de formas que vençam com mais eficiência a resistência do ar é um desafio que mobiliza designers, projetistas e engenheiros. Nos primórdios, os projetos eram desenvolvidos de maneira empírica e era mais difícil avaliar o resultado das soluções encontradas para trens, carros, aviões e outros meios de transporte. Com o passar do tempo e a disseminação dos túneis de vento, que permitiram simular condições de uso em laboratório, a aerodinâmica evoluiu de vento em popa.

Segundo especialistas, o ar pode responder por até 70% das forças que se opõem ao deslocamento. Essa interferência varia de acordo com as características dos carros e com a velocidade. No trânsito urbano, a resistência do ar é nula. Nas estradas, ela se manifesta com maior intensidade.

A influência do ar em função das características dos veículos é representada por um índice conhecido como coeficiente de arrasto ou simplesmente Cx. Pesquisas mostram que a cada 0,01 ganho nesse índice, cerca de 40 ml de combustível são poupados e 1 grama de CO2 deixa de ser emitido, em um percurso de 100 km, a uma velocidade de 130 km/h. Na prática, é um número ínfimo para o cotidiano, mas, atualmente, simples gotas de combustível economizadas e meros gramas de poluentes evitados justificam o esforço. Quanto menor o Cx, menos resistência o ar impõe ao carro. Para obter melhorias, vale quase tudo, como se pode ver no infográfico ao lado.

QUIZ

Em quem você apostaria para campeão em aerodinâmica: num hatch popular ou em um F-1? Se você cravou o primeiro, parabéns: apesar do milionário investimento das equipes em horas de túnel de vento, o Cx de um hatch de rua fica em torno de 0,30, enquanto o de um F-1 é de 1,2. Aliás, esse é um
dos segredos para que ele não decole…

PERSIANA

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O ideal seria a dianteira totalmente fechada, para facilitar a passagem do ar pela carroceria. Mas isso não é possível porque o motor precisa de refrigeração. A solução encontrada pela rAM, na picape 1500, é uma grade que varia sua abertura de acordo com as condições de uso do carro e de trabalho do motor. Segundo a Ford, esse recurso melhora em até 6% a aerodinâmica.

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DE PASSAGEM

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O fechamento da parte inferior do carro permite que o ar passe livremente,
sob o assoalho, sem encontrar nichos
e ressaltos que perturbem seu caminho. o novo Chevrolet Malibu tem sua área inferior quase totalmente revestida por placas de plástico que, segundo a GM, melhoraram o Cx do sedã em 0,01, gerando uma redução média de 0,17 km/l no consumo de combustível.

AR ENCANADO

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Estes são lugares propícios ao surgimento de turbulência que dificulta o deslocamento do veículo. Pensando em canalizar o ar nessa região,
a Mercedes dotou o hatch Classe A de uma peça plástica, que trabalha como um spoiler, na parte inferior do carro, organizando o fluxo próximo às rodas. A marca não informa a contribuição aerodinâmica isolada desse recurso.

ASA DO BESOURO

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A traseira é outro ponto de turbulência, que tende a frear o carro. Os aerofólios servem para minimizar esse efeito, diminuindo a turbulência, como é o caso do novo VW Fusca. Mas, ao contrário do que ocorre com os carros de competição, o benefício dessas asas em modelos de passeio é controverso, uma vez que sua influência só seria sentida em altas velocidades.

ARRASTÃO

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Pequenos ressaltos em locais estratégicos, como no para-choque dianteiro e nas extremidades da carroceria, podem ajudar bastante
a reduzir o arrasto de um automóvel. Segundo a Ford, graças a esses recursos, ela conseguiu melhorar 11% o Cx do novo EcoSport, em comparação ao antecessor, alcançando o índice de 0,37, ante o 0,41 do anterior.

RODA LIVRE

O conjunto de roda/caixa de roda
é responsável por cerca de 30% de todo o arrasto gerado por um carro, segundo a BMW. Para diminuir esse índice,
a fabricante desenha rodas, com raios mais largos e pontas trabalhadas, que lembram o desenho de hélices, para fazer com que o ar atravesse a lateral do carro suavemente, minimizando
o aparecimento de vibrações.

PRÓXIMAS ATRAÇÕES639_rep_06.jpg Alta Definição

Na próxima geração, os mostradores configuráveis de LCD-TFT vão exibir informações de forma mais clara
e precisa, podendo reproduzir imagens gráficas em 3D e até vídeos. Um dispositivo (foto) assim foi apresentado recentemente pela americana Visteon, em parceria com o grupo japonês JDI.

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Mais com Menos

A alemã FEV desenvolveu um novo sistema de transmissão de embreagem dupla que, segundo a empresa, é menor, mais leve e mais barato que os tradicionais. O sistema xDCT consegue isso porque tem layout mais simples, que gera maior número de relações
de marchas com menos engrenagens.

Alerta Geral

A Denso está apresentando um radar de alta performance que, segundo ela, cobre uma área maior em profundidade e largura, em comparação aos sensores convencionais. O objetivo é aumentar
a eficiência de dispositivos de segurança como sistemas anticolisão
e de pilotos automáticos adaptativos.

Conta-Gotas

A Schaeffler anunciou um novo rolamento, com baixa resistência
ao movimento, capaz de contribuir para a economia de combustível. Feito de materiais mais leves e com menor coeficiente de atrito, esse componente gera menos calor e, por isso, também economiza óleo para lubrificação
e refrigeração das peças.

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