Ford Fiesta sai de linha este ano; fábrica no ABC será fechada
Além do Fiesta, toda a linha de caminhões da Ford deixará de ser fabricada
A Ford anunciou que fechará a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) ao longo de 2019. Com isso, a marca anuncia de uma vez só que o Fiesta e os caminhões das linhas Cargo, F-4000 e F-350 deixarão de ser vendidos no Brasil.
De acordo com a fabricante, a decisão foi tomada como parte da reestruturação que a Ford vem passando. Seu objetivo é voltar a ser lucrativa e sustentável na América do Sul, e para isso ainda planeja redução de custos em 20%, foco em SUVs e picapes e expansão de parcerias, como a que acaba de firmar com a Volkswagen na Argentina – e que culminou no fim do Focus.
Para não abandonar o mercado de caminhões, a Ford diz ter buscado soluções como parcerias e venda da operação. Manter o negócio exigiria investimentos que, porém, não garantiriam que o negócio voltaria a ser lucrativo e sustentável.
A Ford ocupou o quarto lugar em vendas de caminhões em 2018, com 9.506 unidades emplacadas, o que representou 12,2% do mercado.
Abandonar o Fiesta parece não ter sido tão doloroso para a Ford. O compacto premium é produzido na unidade desde 2013, mas perdeu espaço para o irmão menor Ka.
Inclusive, o Ka ganhou mais equipamentos e motor mais moderno com câmbio automático em 2018, como se fosse um prenúncio do que aconteceria com o Fiesta. Em 2018 foram vendidas 14.505 unidades do Ford Fiesta, contra 103.286 do Ka – o terceiro carro mais vendido do país.
Com o fim de produção do Fiesta, a Ford passa a produzir apenas Ka, Ka Sedan e EcoSport no Brasil, na fábrica de Camaçari (BA). A Ranger vem da Argentina, Fusion vem do México, Edge do Canadá e Mustang é importado dos Estados Unidos.
De acordo com a fabricante, este anúncio terá um impacto de US$ 460 milhões em despesas não recorrentes. Destes, US$ 360 milhões estão relacionados às compensações de funcionários, concessionários e fornecedores.
A fábrica de São Bernardo foi fundada pela Willys em 1952, mas é controlada pela Ford desde 1967. Atualmente, tem 3.000 funcionários, que têm estabilidade negociada junto ao Sindicato dos Metalúrgicos até novembro de 2019.
QUATRO RODAS está tentando contato com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC sem sucesso.