A Ford anunciou nesta terça-feira (30) um PDI (Plano de Demissão Incentivada) para trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), que será fechada no fim deste ano.
O acordo, fechado em conjunto com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista na manhã desta terça, contempla 3 mil funcionários diretos que atuam no complexo, e que possuíam acordo de estabilidade válido até novembro deste ano.
Segundo a fabricante, o plano será formado prioritariamente por uma compensação financeira oferecida pela Ford a cada empregado, além dos encargos trabalhistas demissionais já previstos pela legislação.
A compensação será calculada com base na combinação de condições empregatícias (mensalistas e horistas), tempo de trabalho e eventual contratação do funcionário por um potencial comprador da unidade.
Segundo o sindicato do ABC, para os horistas, será oferecido entre 1,5 salário por ano trabalhado caso o trabalhador seja mantido na empresa compradora da fábrica, sendo 2 salários para quem não for contratado. Haverá um valor mínimo para todos.
No caso dos mensalistas, os índices serão de 0,75 e 1 salário por ano trabalhado, respectivamente, também com estabelecimento de um piso.
Além disso, a empresa promete fornecer também serviços de apoio psicológico e programa de requalificação profissional com cursos realizados em parceria com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Por fim, parte dos mensalistas do setor administrativo deverá ser mantida em operação pelo menos até março de 2020.
Quando anunciou o fechamento da fábrica, a Ford já havia previsto uma despesa próxima a US$ 360 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) apenas com compensações a funcionários, terceirizados, fornecedores e concessionários.
Ainda conforme registrado no comunicado, o plano prevê até uma “possível antecipação do encerramento das atividades de manufatura, a qual depende da negociação com um potencial comprador”.
Atualmente o complexo de São Bernardo produz o compacto Fiesta e toda a linha de caminhões da Ford.
Em março, o sindicato do ABC já havia apontado que três candidatos negociam a compra da fábrica. O jornal O Estado de S. Paulo afirma que a Caoa é o grupo favorito a adquirir as instalações, assumindo também a produção dos caminhões.
Atualizado às 15h06.