Funcionários da Controlar são presos por cobrarem propina em SP
Investigação havia começado há seis meses
Dois funcionários do programa de inspeção veicular na cidade de São Paulo foram presos em flagrante, acusados de cobrar propina para liberarem veículos reprovados na inspeção.
O teste realizado pela empresa Controlar é obrigatório para toda a frota da capital paulista. Os motoristas precisam pagar uma taxa de 44,36 reais para agendarem a inspeção e devem comparecer a um dos postos do Controlar para realizar a inspeção. Quem é reprovado pelo serviço paga uma multa de 550 reais, além da necessidade de fazer os reparos necessários antes de submeter seu veículo a uma nova tentativa.
O GAECO (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) começou a investigação há seis meses, após uma denúncia anônima sobre a existência de um esquema em que funcionários da Controlar recebiam propina de motoristas que tiveram seus veículos reprovados na inspeção ambiental. Juntamente com o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania da Polícia Civil de São Paulo, o GAECO interceptou a linha telefônica usada por um desses intermediários, obtendo provas para incriminar os denunciados por prática usual de corrupção passiva e ativa.
Na última sexta-feira, 23 de novembro, policiais da 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Administração do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) da Polícia Civil de São Paulo prenderam três pessoas por crimes contra a Administração Pública (corrupção passiva e ativa) e formação de quadrilha. O dono de uma loja de materiais de construção que pagou propina para liberação de dois caminhões em condições ilegais de rodagem também foi preso.
Em nota oficial, a Controlar afirmou que repudia “qualquer prática fraudulenta” e que trata-se de um caso “isolado” entre os mais de 5 milhões de atendimentos prestados. A empresa se comprometeu a colaborar com as investigações e disse que “não medirá esforços para que todas as providências sejam tomadas para elucidar o caso”.