O presidente mundial da aliança Renault-Nissan, Carlos Ghosn, alegou que a “evolução de 20 anos do país” justifica o investimento de 2,6 bilhões de reais previsto para o Brasil, mesmo com os maus resultados da indústria automobilística no país. Em 2013, o setor apresentou queda nas vendas pela primeira vez desde 2003.
“Não temos dúvida que o mercado brasileiro vai continuar a evoluir, com alguns períodos de aceleração e outros de acomodação”, declarou.
Embora tenha admitido que o ano de 2013 foi de acomodação, Ghosn ressaltou que a indústria continuará crescendo. “Isso não quer dizer que o desenvolvimento acabou. A taxa de motorização no Brasil é baixa”, afirmou, assegurando que a tendência de longo prazo é de crescimento.
Atualmente, a Nissan detém aproximadamente 2% do mercado nacional de automóveis de passeio e pretende abocanhar 5% até 2016. Este resultado impulsionaria a aliança Renault-Nissan a chegar aos 10% de participação de mercado até o ano que vem. Atingida esta meta inicial, o próximo objetivo da aliança é chegar aos 15% de participação.
Apesar dos elogios ao mercado brasileiro, Ghosn criticou a falta de apoio local ao desenvolvimento de veículos elétricos.
“Não se sabe de nenhuma decisão que facilite a entrada de carros elétricos no país e não se pode dizer que o Brasil será um país atrativo para isso”, afirmou o executivo, que disse que o Brasil tem matriz elétrica renovável e potencial para o desenvolvimento de veículos com este tipo de propulsão.
O executivo esteve no país para anunciar a construção de uma nova fábrica de motores ao lado do complexo fabril de Resende (RJ). Serão investidos no novo complexo 140 milhões de reais, que já estão inclusos nos 2,6 bilhões de reais aplicados no país. Lá serão feitos os motores 1.6 de 16 válvulas que equiparão os modelos March e Versa a serem fabricados no Brasil.