GM revela planos de fabricar elétricos no Brasil
A produção depende do volume de vendas que a empresa alcançará com os importados, a começar pelo Bolt EUV, que chega em maio
O presidente da General Motors América do Sul, Santiago Chamorro, deu uma entrevista hoje pela manhã na qual anunciou a participação do Centro de Desenvolvimento da empresa no Brasil, na criação próxima da nova geração de veículos elétricos globais do grupo.
A parceria entre os centros de pesquisa da empresa no mundo não é novidade. Mas o anúncio oficial da inclusão da engenharia brasileira nos programas dos elétricos sinaliza algo mais importante para o mercado que é inclusão do Brasil entre os países onde os novos veículos serão comercializados e, em futuro próximo, produzidos.
Dois desses produtos já foram anunciados e chegam em breve às lojas. Trata-se dos SUVs Blazer EV e Equinox EV. Haverá ainda um terceiro modelo, mantido em segredo. Mas não é o Bolt EUV que chega antes, em maio, embora essa data não seja oficial. Serão portanto quatro modelos elétricos novos e, segundo fontes, o produto misterioso é a nova Silverado EV.
Segundo Chamorro, os elétricos da Chevrolet serão importados para o Brasil mas têm grande chance de serem produzidos localmente, a curto prazo. “Entre as montadoras instaladas, provavelmente nós seremos os primeiros nessa inovação de industrializar veículos elétricos no país e não vai ser muito distante de agora”, afirmou Chamorro.
A GM já teria feito as contas de qual seria volume de vendas mínimo necessário para justificar a fabricação no Brasil – que demanda investimentos para mudanças importantes nas fábricas atuais, como a criação de áreas isoladas para se lidar com as baterias e estruturas nas linhas de produção que suportem o peso mais elevado dos carros.
O Bolt EUV terá importante papel para estimular as vendas dos elétricos da Chevrolet no Brasil. Em seu lançamento, que será anunciado em breve, a GM deve apresentar condições facilitadas de aquisição, dentro do Plano Chevrolet Sempre, no qual o comprador dá uma entrada e financia o restante, com uma parcela maior ao final, com recompra garantida do carro.
As fábricas ainda precisam de mudanças, mas tanto o Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA), em Indaiatuba, quanto o Centro Tecnológico (CT), em São Caetano do Sul, ambos no estado de São Paulo, já se prepararam para os novos tempos, com parte do aporte de R$ 10 bilhões que foi anunciado pela GM, em 2019 (um novo ciclo de investimento da empresa no país sera divulgado, em breve, de acordo com Chamorro).
As principais colaborações desses dois centros de pesquisa atualmente, no que diz respeito aos projetos dos elétricos, estão relacionadas às áreas de eficiência energética e de conectividade, além de testes de certificação e homologação nos diferentes mercados onde os modelos serão comercializados.
Das montadoras instaladas no país, a GM é a mais dá sinais inequívocos de que aposta suas fichas nos carros elétricos. E, segundo Chamorro, a empresa faz isso para atender as novas demandas dos consumidores.
Na entrevista de hoje, o executivo citou uma pesquisa feita pela GM que ouviu pessoas com intenção de comprar um carro nos próximos de 12 a 18 meses e constatou que 86% consideraram adquirir um elétrico. E que, entre aquelas que já são donas de elétricos, nenhuma declarou ter vontade de voltar a ter um modelo à combustão.