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GM, VW, Toyota e Stellantis se juntam contra carros chineses montados no Brasil

Carta ao presidente Lula assinada por quatro grandes empresas revela descontentamento com possível incentivo à montagem de carros com componentes importados

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 jul 2025, 17h38 - Publicado em 28 jul 2025, 17h08
VW Polo fábrica taubaté
Mais um Polo Track branco em produção (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Fabricantes já estabelecidas no Brasil temem a iminência de o governo aprovar incentivos fiscais para a montagem de carros semidesmontados (SKD) e desmontados (CKD) no Brasil. A General Motors, a Stellantis (que controla Fiat, Jeep, Citroën, Peugeot e Ram), a Toyota e a Volkswagen assinaram carta conjunta enviada ao presidente Lula sinalizando como tal decisão pode abalar a indústria automotiva brasileira.

Diz a carta, que foi publicada na íntegra por presidentes das marcas que a assinam, no Linkedin:

“É nosso dever alertar, Senhor Presidente, que esse cicio virtuoso de fortalecimento da indústria nacional está sendo colocado em risco e sofrerá forte abalo se for aprovado o incentivo à importação de veículos desmontados para serem acabados no país.

Ao contrário do que querem fazer crer, a importação de conjuntos de partes e peças não será uma etapa de transição para um novo modelo de industrialização, mas representará um padrão operacional que tenderá a se consolidar e prevalecer, reduzindo a abrangência do processo produtivo nacional e, consequentemente, o valor agregado e o nível’e geração de empregos.

Por uma questão de isonomia e busca de competitividade, essa prática deletéria pode disseminar-se em toda a indústria, afetando diretamente a demanda de autopeças e de mão de obra. Seria uma forte involução, que em nada contribuiria para o nível tecnológico de nossa indústria, para a inovação ou para a engenharia nacional. Representaria, na verdade, um legado de desemprego, desequilíbrio da balança comercial e dependência tecnológica”

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Na sequência, a carta diz que as marcas esperam que o governo assegure a igualdade de condições na competição pelo mercado sem privilegiar quem importa carros desmontados ou produzidos no exterior com subsídios. Também relembram que há R$ 180 bilhões em investimentos no Brasil para os próximos anos e que isso representa um compromisso com o fortalecimento da indústria nacional.

O que há por trás disso?

O que fez Volkswagen, GM, Toyota e Stellantis se unirem foi uma solicitação da BYD ao governo brasileiro para reduzir os impostos dos kits de carros que serão importados da China para serem apenas finalizados no Brasil. De acordo com o Estadão, essa solicitação será a pauta de uma reunião extraordinária do Comitê Executivo de Gestão, da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), na próxima quarta-feira (30).

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O documento proposto pela BYD foi enviado à Camex em fevereiro, quando imposto de importação para veículos híbridos plug-ins SKD era de 20% e de 7% para CKD. Já os elétricos, tinham alíquota de 18% e 5%, respectivamente. Porém, esse imposto terá um aumento gradual e chegará a 35% em julho de 2028 para todos os casos.

O pedido da BYD é para que a alíquota de importação seja fixada em 10% para os SKD e 5% para o CKD até 30 de junho de 2028, para todos os casos (automóveis e picapes elétricas ou PHEV). Vale reforçar a picape na lista, pois para elas o imposto já é de 35%, tanto para SKD, quanto para CKD, e o preço vem sendo um entrave para as vendas da BYD Shark no Brasil. Os incentivos seriam baseados em eficiência e autonomia.

BYD SKD
Esquema mostra como é um kit SKD da BYD (MDIC/Reprodução)
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Esse pedido da BYD se dá pelo iminente início da produção da sua fábrica em Camaçari (BA), com kits SKD. Um dos seus argumentos, no documento enviado à Camex, é o de que a redução dos impostos ajudaria na implementação da montagem nacional dos carros eletrificados mais rápido, criando novos empregos para o Brasil. Além disso, também facilitaria a nacionalização dos componentes, uma vez que nem todas as peças precisam vir no kit. A marca sugere que motores (elétricos e híbridos), chassi, teto solar, bancos, carpete e faróis poderiam ser nacionalizados até 2028.

No documento, a BYD também diz que a operação de SKD em Camaçari vai durar 18 meses. Só depois disso é que processos mais robustos e compatíveis com uma fábrica de automóveis, como pintura e armação (soldagem) da carroceria serão feitos na Bahia e não na China.

A proposta da BYD enviada à Camex também define que a redução da alíquota considere apenas carros híbridos cujo “consumo energético não seja superior a 0,66 MJ/km” e elétricos “com autonomia de, no mínimo,
250 km em PBEV”. A mudança poderia favorecer outras marcas, sejam elas chinesas ou não. No entanto, são as chinesas que estão mais empenhadas em encontrar meios de montar carros no Brasil.

Marcas como Omoda & Jaecoo e Zeekr/Lynk&Co buscam parceiros para montarem seus carros no Brasil, enquanto a GAC planeja a construção de uma fábrica no Brasil e a Geely terá seus carros montados dentro da fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR). A GWM começará a montar carros em CKD em Iracemápolis (SP) nas próximas semanas.

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