Guia de Usados: Chevrolet Vectra GT
Bem equipado e bonito, ele possui uma mecânica antiga, mas confiável
Ao cogitar um hatch médio usado que seja confiável, robusto, confortável e barato, muita gente deve pensar no longevo Chevrolet Astra – e acabam se esquecendo do Vectra GT, um modelo mais moderno, mas com conjunto mecânico bem parecido.
De vida curta, ele trouxe a reboque uma polêmica que já envolvia o Vectra sedã: ser na verdade um Astra europeu modificado para entrar em uma categoria superior – o Astra antigo continuava à venda por aqui, e ambos seriam descontinuados quase ao mesmo tempo, no final de 2011.
Com menos de R$ 25 mil, hoje você pode adquir (se encontrar) um ano 2008 topo de linha, equipado com ar digital, sensor de chuva, retrovisores rebatíveis eletricamente e GPS . Só não espere muito do consumo. Em nosso teste, o hatch registrou 5,6 km/l na cidade, com álcool, e 8,7 km/l na estrada.
O Vectra hatch foi lançado no Brasil em setembro de 2007, já como linha 2008. Havia duas versões: a GT e a topo-de-linha GT-X, e apesar da nomenclatura só tinham vocação esportiva no estilo.
O motor 2.0 flex de 128/121 cv (o mesmo de Astra e Zafira) era de série para as duas, assim como airbag duplo, ar digital, alarme, trio elétrico, lâmpadas que imitam xenônio (Blue Vision) e GPS portátil.
A GT-X ganhava ainda freios ABS, CD player com MP3 e controle no volante, rodas de aro 17, antena tubarão, sensor de chuva, computador de bordo, piloto automático e retrovisores escamoteáveis eletricamente. Entre os opcionais, havia o câmbio automático de quatro marchas para as duas versões e ABS e sensor de chuva só para a GT.
Em março de 2009, a GM deu uma leve reestilizada no hatch, incorporando a nova cara do sedã, como a grade dividida por um friso com o logo Chevrolet sem o aro em volta, para-choques e faróis redesenhados e novas rodas. Batizada de Remix, a linha 2009 passou a ter faróis com máscara negra e lâmpadas Blue Vision.
O 2.0 subiu para 140/133 cv, com a troca dos coletores e do comando de válvulas. Com torque de 19,7 mkgf a 2.600 rpm, ele acelera mais rápido e bebe menos (o consumo foi para 6,8 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada) que o anterior. Além disso, a suspensão do GT-X ficou mais justinha, com pneus 215/45 R17 e amortecedores recalibrados.
Fuja da roubada
Cuidado com volante e bancos forrados de couro que parecem ser originais de fábrica. Para reconhecer o original, uma das dicas é a ausência do logotipo gravado no encosto. Se tiver a marca, saiba que os bancos estarão fora da garantia de fábrica.
Onde o bicho pega
Caixa de direção – Há vários relatos de ruídos causados por folgas no pino da caixa de direção. Para resolver de vez, só trocando o conjunto inteiro.
Ignição – Um problema crônico – que foi até tema da seção Autodefesa de abril de 2009 – é a chave que trava dentro do tambor da ignição. Se estiver na garantia, a melhor solução é trocar o tambor.
Embreagem – Comum mesmo em veículos com menos de 10.000 km, a embreagem costuma apresentar trepidações e até desgaste de disco e platô, tendo de ser substituída nesse caso. Por isso, teste a embreagem antes da compra.
Vidros elétricos – O sistema elétrico pode apresentar panes que fazem as janelas abrir por conta própria. Segundo técnicos da GM, é preciso trocar o atuador, que não chega a custa mais que R$ 150.
Faróis de neblina – Uma pane elétrica no módulo Multi Timer pode provocar o acendimento involuntários dos faróis, descarregando a bateria. A solução é substituí-lo na concessionária.
A voz do dono
“Meu GT-X automático é ótimo. Confortável, potente, estável e dono de um câmbio exemplar. Considero o mais bonito da categoria e na faixa de preço. Só lamento a vibração crônica da polia do alternador dos automáticos, quando o câmbio está na posição D ou R (somente com o ar ligado). Por enquanto a Chevrolet não se manifesta sobre uma solução.” – Wilson Romano Calil Filho, 28 anos, médico, São Paulo (SP).
O que eu adoro – “O carro é sensacional na questão de motorização e conforto. E o design é nota 10. Ainda tem vários mimos, como Bluetooth e sensor de chuva, entre outros.” – Raphael Curvo, 32 anos, geneticista, Rio de Janeiro (RJ).
O que eu odeio – “O acabamento de plástico poderia ser melhor. Outro problema é a perda de potência do motor em algumas faixas de giro, devido a uma folga na guias de válvulas.” – José Ricardo Silveira, 18 anos, estudante, Cuiabá (MT).
Nós dissemos… setembro de 2007
“O Vectra GT tem a traseira do Astra europeu, lançado em 2004. (…) Sob o capô, o GT leva o mesmo 2.0 Flexpower, com 121/128 cv, que equipa a linha Astra e Zafira (…). Confrontado com o Vectra manual que medimos em outubro de 2005, em seu lançamento, o GT se mostrou algo tímido. Apesar de ser 52 kg mais leve – e manter as relações de marcha do sedã -, ele foi apenas 5 décimos mais rápido no teste de aceleração, levando 11 segundos para chegar aos 100 km/h. E seus números de retomada ainda foram ligeiramente piores que os do sedã.”
Preço médio dos usados (FIPE)
2008 | 2009 | 2010 | 2011 | |
Vectra GT 2.0 M/T | R$ 24.087 | R$ 25.825 | R$ 27.763 | R$ 29.500 |
Vectra GT 2.0 A/T | R$ 24.781 | R$ 26.002 | R$ 28.208 | R$ 30.658 |
Vectra GT-X 2.0 M/T | R$ 24.928 | R$ 25.980 | R$ 28.381 | R$ 31.747 |
Vectra GT-X 2.0 A/T | R$ 26.143 | R$ 28.446 | R$ 30.193 | R$ 32.819 |