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Indefinição de regras pelo governo pode derrubar as vendas de carros novos

Especialista acredita em queda nas vendas de carros 0km e federação prevê estabilidade na venda de usados até definição de regras para baratear carros novos

Por Fernando Pedroso
Atualizado em 26 Maio 2023, 19h57 - Publicado em 26 Maio 2023, 17h58
Mobi Trekking Kwid Outsider
A receita de molduras e plásticos é comum aos dois topos de linha (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira (25) que vai adotar uma série de medidas visando a diminuição do preço dos carros, entre eles a renúncia de impostos IPI, ICMS e Confins. Os descontos vão variar de 1,55% a 10,96%, mas a faixa de isenção ainda não foi definida.

O ministério da Fazenda pediu mais 15 dias para estudar as ações anunciadas e ainda outras podem surgir, como venda direta pelas fabricantes sem passar por concessionárias, facilidade no crédito e até o uso do FGTS como parte do pagamento. Enquanto isso, muitos consumidores vão adiar a compra até saber quanto vai custar o modelo desejado.

“O mercado vai diminuir. Quem não está antenado no que está acontecendo, vai comprar, mas a gente entende que vai ter uma grande diminuição nos emplacamentos até existir de fato uma movimentação das montadoras”, afirmou o consultor do mercado automotivo Milad Kalume Neto, da JATO.

Carros estariam aguardando componentes antes de serem enviados para as concessionárias
(Waldez Amorim/Quatro Rodas)

Para Kalume, no entanto, as fabricantes devem tentar contornar essa baixa procura com promoções. Peugeot e Citroën, por exemplo, fizeram planos de pagamento em até 72 parcelas neste mês de maio.

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“Eu, particularmente, acho que vai ter o anúncio precoce de um ou de outro ofertando algum tipo de redução de preço para usar de argumento com esse público que está na iminência de trocar de carro”, afirmou Kalume.

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O mercado de usados também deve ser afetado, segundo o consultor, que aponta uma tendência de queda no valor dos seminovos com a baixa dos preços dos novos.

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Um cenário diferente já é previsto por Enilson Sales, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). Ele acredita não haver impacto imediato nas vendas de veículos.

venda de usados
(jeso.carneiro/Reprodução)

“Até porque quem precisa comprar um carro para trabalhar ou manter uma atividade não pode ficar esperando essas definições. Como o volume de vendas de seminovos e usados tem se mantido estável semanalmente, não acreditamos que essas notícias vão trazer atrasos nas vendas de nosso segmento”, afirmou.

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“Quanto mais veículos 0 km forem colocados no mercado, maior será a oferta de seminovos e, consequentemente, vendas melhores para o segmento no futuro. É dessa forma que o ciclo da cadeia automotiva é alimentado, gerando sinergia para toda a cadeia”, disse Sales.

No final desta sexta-feira, Fernando Haddad disse que sua pasta e o Ministério da Indústria passarão o final de semana calculando como garantir a renúncia fiscal para baratear os carros novos, apresentando a proposta definitiva ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda na próxima semana.

Além disso, Haddad sinalizou que esse programa de incentivo deverá durar entre 3 e 4 meses e custar menos de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.

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