Criado pela fabricante americana Willys Overland no início da Segunda Guerra, o Jeep original só assumiria oficialmente seu nome anos depois, tornando-se uma marca registrada. A partir de 1987, a Jeep passa a fazer parte do grupo Chrysler (hoje grupo FCA, sigla para Fiat Chrysler Automobiles).
Ao longo de 74 anos, os veículos da marca foram protagonistas de diversos episódios históricos, graças à robustez, eficiência e carisma que sempre os caracterizaram. A receita seria ainda mais azeitada com os elementos de conforto, segurança e sofisticação adicionados aos modelos mais recentes. Confira a seguir como tudo isso aconteceu.
1941 – Willys MB
Com o envolvimento dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial, o exército americano requisita um veículo leve com tração nas quatro rodas, capacidade para três soldados e uma metralhadora. Mais de 600 mil unidades do Willys MB seriam produzidas durante o conflito. Comandante das forças aliadas, o general Dwight Eisenhower cita o veículo como uma das quatro ferramentas fundamentais para a vitória final, junto com a bazuca, a bomba atômica e o avião de transporte C-47.
1945 – Willys CJ-2A
Chega ao mercado o CJ-2A, o primeiro Jeep civil e o primeiro a ostentar a grade frontal com sete aberturas. Ideal para o uso rural e industrial, podia ser equipado com assentos extras, tomadas de força para implementos agrícolas, guincho, removedor de neve e outras ferramentas.
1946 – Willys Jeep Station Wagon
Desenvolvido para o trabalho e lazer, o Station Wagon inicia a tradição Jeep no segmento de utilitários para toda a família. Teve mais de 300 mil unidades produzidas apenas nos Estados Unidos, e também foi montada e produzida sob licença em outros países, como no Brasil, onde deu origem à Willys Rural.
1948 – Willys Jeepster
Com visual e conforto de carro de passeio, o Jeepster foi um conceito à frente de seu tempo – apesar do design, digamos, estranho. Mais longo e baixo que o modelo original,assumia ares de roadster com seus pneus de faixa branca e muitos cromados.
1954 – Willys Jeep CJ-5
Surge o CJ-5, o mais longevo de todos os Jeep civis: com para-lamas arredondados e maior distância entre-eixos, tornou-se um dos veículos mais populares do planeta. Constantemente aperfeiçoado, recebeu melhorias como freios dianteiros a disco, motores de seis cilindros em linha ou V8, a gasolina ou diesel. Mais de 603 mil unidades foram produzidas até 1983.
1957 – Início da produção do Jeep no Brasil
Um ambicioso plano industrial incentiva a nacionalização da produção de veículos no Brasil. Um dos primeiros é o Jeep CJ-5, que já era montado com componentes importados na fábrica da Willys Overland do Brasil em São Bernardo do Campo (SP) desde 1954.
1962 – Jeep Wagoneer
O conceito de utilitário esportivo nasce com o Wagoneer, o primeiro 4×4 de luxo do mundo. Sucessor do Jeep Station Wagon, trouxe avanços inéditos como suspensão independente, direção hidráulica, ar-condicionado e transmissão automática. Foi produzido com alterações mínimas até 1991 – e deve voltar ao mercado logo mais, como modelo top de linha da Jeep no planeta.
1967 – Kaiser Jeep M715
Baseado na picape Gladiator, o M715 fez o caminho inverso do jipe MB: projetado para o uso civil, acabou adotado por vários exércitos. Em lugares como a Coreia do Sul, ele permanece na ativa.
1974 – Jeep Cherokee (SJ)
Começa a produção do Cherokee. Inicialmente desenvolvido como uma versão de duas portas mais compacta do Wagoneer, ele logo ganhou a opção de cinco portas, transformando-se num dos maiores sucessos da história da marca.
1984 – Jeep Cherokee (XJ)
O Cherokee de segunda geração se firma como um dos mais carismáticos modelos Jeep: dotado de estrutura monobloco, era um pouco menor que o Wagoneer, mas oferecia excelente espaço interno para quatro adultos. A partir dele a Jeep desenvolveu a Comanche, última picape a ser oferecida pela marca até 1992.
1987 – Jeep Wrangler (YJ)
Sucessor da linha CJ, o Wrangler estabelece novos padrões, adicionando o requinte técnico do Cherokee à robustez do jipe clássico, com conforto ideal para o uso diário. Caracterizado pelos faróis retangulares, foi um grande sucesso, contabilizando mais de 685 mil unidades produzidas.
1993 – Jeep Grand Cherokee (ZJ)
O Grand Cherokee chega ao mercado para ser o SUV top de linha da Jeep. Podia ser adquirido com qualquer um dos três sistemas de tração Jeep: Command Trac, Selec-Trac e Quadra-Trac. Airbag para o motorista e freios ABS eram itens de série, e motores V8 de até 5,9 litros impulsionavam as versões mais exclusivas.
1997 – Jeep Wrangler (TJ)
Os tradicionais faróis redondos da Jeep retornam na segunda geração do Wrangler, que aposenta os feixes de molas em favor de molas helicoidais na suspensão, para maior conforto e estabilidade. Em 2004 surge a versão de entre-eixos longo Unlimited.
2002 – Jeep Liberty (KJ)
Batizada como Liberty nos Estados Unidos, a terceira geração do Cherokee confirma a retomada dos elementos de estilo clássicos que definiriam a identidade visual da marca.
2007 – Jeep Compass
O Compass é apresentado como um utilitário com vocação mais urbana, moderno e confortável – mas para horror dos entusiastas da marca, sem tração integral. Enquanto isso, o Wrangler chega a sua terceira geração maior e mais largo, com freios ABS e controles de estabilidade e tração.
2014 – Jeep Cherokee (KL)
O mais novo Cherokee traz linhas afiladas que rompem os paradigmas da Jeep. Itens de conforto, segurança e entretenimento ganham força, sem deixar de lado o espírito explorador.
2015 – Jeep Renegade
Com o lançamento mundial do Renegade no segmento de SUVs compactos e a inauguração de uma nova fábrica no Brasil – a primeira exclusiva da marca fora dos Estados Unidos –, a Jeep dá continuidade ao maior plano de expansão em seus 74 anos de história.