Uma das poucas fabricantes artesanais de supercarros que desenvolve e produz seus próprios motores, a sueca Koenigsegg revelou planos de um propulsor com apenas 1.6 litro de deslocamento capaz de produzir nada menos que 400 cavalos. Em entrevista ao site CarBuzz, o fundador e CEO Christian von Koenigsegg explicou os planos de sua empresa.
Semanas atrás, a marca já havia sido notícia ao anunciar que seu projeto de motor sem eixo de comando de válvuas será financiado pela fabricante chinesa Qoros, marca premium do grupo Chery. Nesse sistema, atuadores eletropneumáticos seriam os responsáveis por abrir e fechar as válvulas, permitindo que cada uma delas tenha acionamento infinitamente variável, possibilitando ganhos de potência e torque de até 30%. O sistema também facilitaria a desativação de cilindros, para maior economia de combustível, além de reduzir o tamanho e peso do motor.
Segundo Koenigsegg, além da tecnologia descrita no parágrafo acima, os mesmos princípios técnicos utilizados nos motores dos superesportivos Agera e do Regera estão sendo aplicados no novo projeto. “Ao reduzir o diâmetro e alongar o curso do pistão, nós conseguimos diminuir as perdas de calor do motor. Também usamos pistões e bielas forjados e válvulas de qualidade maior. São peças caras, mas o custo pode se reduzir em caso de fabricação em massa”.
LEIA MAIS:
>> O downsizing pode afetar a durabilidade dos motores?
>>VW revela detalhes de seu novo motor 1.5 TSI
A referência para a Koenigsegg está dentro de casa: o modelo One:1, com um motor V8 biturbo de cinco litros e 1.383 cavalos, tem uma relação de 276 cavalos por litro de deslocamento. Se a mesma relação for obtida no motor de 1.6 litro (que provavelmente terá 4 cilindros com sobrealimentação), o resultado seria uma potência de 441 cavalos – número que ficaria na casa dos modelos da categoria dos Motorsport, AMG e RS, hoje equipados com motores consideravelmente maiores.
Ainda não está definido se a Qoros vai mesmo utilizar em produção o motor 1.6 mais potente do mundo. A Koenigsegg, por seu lado, quer se estabelecer como referência na evolução dos motores a combustão não apenas entre os supercarros, mas também em segmentos com maior escala de produção, para uso diário. Para isso, o CEO aposta que sua empresa pode correr o risco de experimentar novas tecnologias e abordagens de maneira muito mais fácil que as grandes montadoras.