Johanna Maria Bruhn, ou Johanna Quandt, como era conhecida, faleceu no último dia 6 aos 89 anos, na Alemanha. Uma das mulheres mais ricas do mundo, Johanna era matriarca da família que possui maior parte das ações da BMW.
A alemã nasceu em junho de 1926, em Berlim, filha de dois historiadores de arte. Segundo o site Autoblog, Johanna começou a trabalhar com Herbert Quandt em Bad Homburg, próximo a Frankfurt, em meados dos anos 50, e acabou se tornando sua assistente pessoal. Eles se casaram em 1960, logo após a família Quandt se tornar sócia majoritária da BMW para salvá-la de uma tentativa de compra pela Daimler-Benz.
A fortuna dos Quandt foi acumulada, em sua maior parte, durante a Segunda Guerra Mundial. O pai de Herbert, Günther Quandt, foi um dos maiores industrialistas da era nazista, nomeado por Adolf Hitler como líder da Economia de Armamento (“Wehrwirtschaftsführer”, em alemão). Após a morte da mãe de Herbert, Antoine, Günther se casou com Magda, uma mulher muito mais nova. Os dois acabaram se separando, e ela, posteriormente, se casou com Joseph Goebbles – que tinha, como padrinho, ninguém menos que o próprio Hitler.
Um documentário recente divulgou que a AFA, companhia controlada pela família Quandt na Segunda Guerra Mundial, utilizava mão de obra escrava proveniente do regime nazista para a produção de baterias e munições para o exército alemão. Devido às condições precárias de trabalho e vida a que eram submetidos os operários, a AFA perdia cerca de 80 empregados por mês. A princípio, a família negou que tivesse responsabilidade no caso, mas, com o seguimento das investigações, as denúncias presentes no documentário apenas foram confirmadas.
Os Quandt usaram o capital que acumularam durante o período para comprar a BMW. Após a morte de Herbert em 1982, Johanna assumiu 16,7% das ações da empresa, e seus filhos Stefan Quandt e Susanne Klatten ficaram com 17,4% e 12,6%, respectivamente. Estes últimos são membros do Conselho de Supervisão da montadora desde 1997, e devem, agora, herdar a porcentagem pertencente à mãe.
A fortuna pessoal de Johanna foi estimada em quase US$ 14 bilhões. Embora não gostasse de chamar a atenção da mídia e do público, a alemã frequentemente fazia doações a instituições de caridade que apoiavam causas como pesquisas na área da Medicina e Jornalismo de negócios. Johanna faleceu em sua casa, em Bad Homburg, de causas ainda não reveladas.