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McLaren 600LT: aceleramos supercarro que só 4 brasileiros poderão comprar

Impressões: pilotamos na pista o brutal brinquedo de 600 cv e R$ 2,7 milhões, com produção limitada, que terá só quatro unidades no Brasil

Por Leonardo Felix
Atualizado em 22 mar 2019, 09h10 - Publicado em 22 mar 2019, 07h00
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  • Pacote com teto de fibra de carbono é opcional (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Pacote com teto de fibra de carbono é opcional (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Era uma manhã nublada de sexta-feira, mais convidativa a se ficar na cama do que qualquer outra coisa.

    Mas o alarme do celular gritava e era necessário acordar, porque a missão do dia seria muito, muito especial: ser o primeiro jornalista a acelerar em solo brasileiro o McLaren 600LT.

    Estamos falando de uma derivação (ainda mais) envenenada do 570S e com produção limitada, que terá apenas quatro unidades destinadas ao nosso mercado. Preço? R$ 2,7 milhões.

    Definitivamente, um brinquedo que poucos felizardos poderão comprar.

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    Porta tipo tesoura abre suave com auxílio elétrico (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Durante todo o trajeto até o autódromo da Capuava, em Indaiatuba (SP), as nuvens insistiam em dominar o céu, e a previsão para o dia era de chuva.

    Na cabeça, um único pensamento: alô, São Pedro, tudo bem? Sei que nunca conversamos antes, mas você poderia ser legal comigo hoje e segurar o aguaceiro pelo menos por algumas horas?

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    Chegamos à pista, eu e o fotógrafo Christian Castanho. E lá estava ele, o 600LT, parado na reta principal com as portas estilo tesoura abertas.

    Nem mesmo a pintura cinza, que deixava mais discretos seus traços em meio ao dia plúmbeo, tirava do superesportivo o ar imponente.

    McLaren 600LT
    Faróis e lanternas trazem assinatura em bumerangue (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ligaram, então, o motor e aos ouvidos chegou o ronco alto e grave do V8 biturbo de 3,8 litros, cujo bloco remonta à família Nissan VRH (usada em corridas). Bateu aquele frio na barriga.

    McLaren 600LT traseira
    No 600LT, saídas de escape ficam acima do motor (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Embora permita emplacamento, o 600LT é um carro feito de fato para o circuito fechado.

    A carroceria utiliza muitas partes de fibra de carbono, incluindo opcionalmente um pacote preparado pela McLaren Special Operations, divisão de desempenho do fabricante, que inclui o composto em substituição ao alumínio no teto, arcos da capota e para-choques.

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    Conhecendo a máquina

    Tudo nesta configuração é voltado à redução de peso e ao ganho aerodinâmico: os recortes do para-choque frontal, as tomadas de ar laterais, posicionadas em meio às portas para refrigerar os radiadores do motor, o voluptuoso difusor traseiro…

    Também chamam a atenção as duas saídas de escape posicionadas acima do propulsor, emitindo gases por cima do aerofólio traseiro para ajudá-lo a estolar nas retas.

    A cabine é quase a de um carro de corrida, pois traz mais elementos de fibra de carbono, incluindo painéis, além de revestimentos de Alcantara para guarnições, bancos e volante.

    McLaren 600LT painel
    Cabine é simples como um carro de pista deve ser (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Por falar em bancos, estes são do tipo concha e vêm emprestados do primo maior P1, sendo feitos de… fibra de carbono, de novo. Opcionalmente o comprador pode incluir os assentos do McLaren Senna, ainda mais leves.

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    Também é opcional a presença ou não de ar-condicionado, caso a intenção seja aliviar ainda mais o peso.

    Na configuração mais leve possível, o 600LT pesa 1.247 kg, ou seja, 96 kg a menos do que seu irmão 570S Coupé.

    Isso mesmo sendo 7,4 cm mais comprido, devido ao balanço traseiro estendido – daí a nomenclatura LT, de Longtail (cauda longa, na tradução do inglês).

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    Quadro de instrumentos 100% digital apresenta o conta-giros em modo convencional ou “pista” (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ao mesmo tempo, utiliza uma especificação 30 cv mais potente do V8 biturbo, alcançando 600 cv de potência a 7.500 rpm e 63,2 mkgf de torque (entre 5.500 e 6.500 rpm).

    O sistema de transmissão é similar ao de um Fórmula 1, com tração traseira e câmbio do tipo SSG (embreagens de discos múltiplos), com sete marchas e cárter seco.

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    As suspensões, de braços duplos triangulares com amortecedores adaptativos nos dois eixos, utilizam braços de alumínio forjado e triângulos herdados do primo maior 720S.

    A construção só não é mais primorosa porque os encaixes de alguns elementos possuem incorreções milimétricas, que você não enxergará numa Ferrari. Vale lembrar que o 600LT é produzido quase artesanalmente em Woking, Reino Unido.

    McLaren 600LT bancos
    Comandos são todos muito diretos e intuitivos para que o piloto se distraia o mínimo possível (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Seja no painel ou no console central, os comandos são todos muito diretos e intuitivos: tudo para que o piloto se distraia o mínimo possível em relação ao que acontece à sua frente (provavelmente a altas velocidades).

    Central ultrapassada

    Atrás do volante há só duas suntuosas aletas para trocas sequenciais das marchas, ao estilo carro de rali, além de chaves para ligar faróis e limpadores de para-brisa.

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    Seletores giratórios controlam modos de rigidez da suspensão, câmbio e atuação das assistências eletrônicas – controles de tração, estabilidade e largada.

    A central multimídia parece ultrapassada perto das oferecidas hoje em qualquer carro de entrada, mas vale pelo sistema de telemetria, que permite cronometrar tempos e conferir a força g resultante do contorno mais forte de uma curva.

    McLaren 600LT Pneus
    Pneus têm dimensões específicas para o LT (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Chega de só observar. É hora de engrenar a primeira marcha e ir para a pista.

    A chuva ainda não chegara, e aí pude viver uma experiência que está acima do que qualquer carro comum consegue proporcionar, mesmo em versões M (BMW), AMG (Mercedes) e RS (Audi).

    A rapidez de resposta da direção, a rigidez do chassi, a aderência dos Pirelli P Zero Trofeo R semi-slicks (225×35 R19 à frente e 285×35 R20 atrás), a sensibilidade dos gigantescos freios carbono-cerâmicos microperfurados…

    McLaren 600LT som
    Som premium é opcional. Bancos vêm do P1 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Aos poucos, a máquina dá confiança para arriscar uma curva mais forte, acima de 150 km/h, e alcançar 220 no fim da curta reta principal. E olha que eu ainda estava bem longe da máxima de 328 km/h.

    O único pecado (além da proibição da McLaren de fazer medições na pista) é não oferecer cinto de cinco pontos. O de três pouco faz para segurar o motorista em meio a tanta velocidade.

    Termina a experiência. Dez minutos depois, começa a chover. O trânsito para voltar a São Paulo será terrível, mas tudo bem. São Pedro foi generoso comigo quando mais precisei.

    Veredicto

    Um supercarro voltado para quem gosta de se divertir na pista, e nada mais. Esqueça conforto ou requinte. Claro que um brinquedo desses chamará a atenção por onde passar, mas o lema aqui é pagar R$ 2,7 milhões, sentar e acelerar.

    Ficha técnica

    McLaren 600LT – R$ 2.700.000

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