A Mercedes-Benz pegou todos de surpresa na manhã desta quinta-feira (17) ao anunciar o fechamento de sua fábrica em Iracemápolis (SP). A unidade era a única da marca no Brasil voltada à produção de automóveis leves.
Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 7,90
De acordo com a empresa, o fechamento se deve, principalmente, ao agravamento econômico causado pela pandemia da covid-19, que impactou negativamente o setor automotivo.
Com o fechamento da fábrica, localizada nas proximidades de Limeira (SP), há 370 funcionários sem perspectiva de realocação dentro da companhia num futuro próximo. Uma das hipóteses destacadas pela Mercedes-Benz é um programa de demissão voluntária.
A estadia alemã no interior de SP foi curta: anunciada em 2013, a fábrica começou a operar em 2016, ajudada por benefícios fiscais do programa municipal Prodesenvolve, que oferecia reembolso dos aportes, além da isenção do ISSQN, IPTU e restituição de 50% do valor investido na cidade de forma de ICMS e ISSQN.
Desde então, foram produzidos por lá o utilitário GLA e o sedan Classe C, cuja fabricação foi aumentada já prevendo o encerramento das operações na fábrica, gerando estoque até a chegada do seu equivalente importado.
“A situação econômica no Brasil tem sido difícil por muitos anos e se agravou devido à pandemia da Covid-19, causando uma queda significativa nas vendas de automóveis premium. […] Aumentar nossa eficiência, otimizando a nossa capacidade de utilização é um facilitador importante. Por isso, decidimos encerrar a produção de automóveis premium no Brasil”, anunciou o executivo Jörg Burzer.
Essa foi a segunda tentativa da Mercedes-Benz de produzir carros no Brasil. Entre 1999 e 2010, a empresa fabricou em Juiz de Fora (MG) o monovolume Classe A e cupê CLC.
Entretanto, em vez de encerrar suas operações na Zona da Mata, a marca optou por utilizar a planta para fazer cabines de caminhões, já que o encerramento implicaria em ressarcimento dos caros incentivos estatais.
Agora, a fábrica mineira faz dupla com a unidade de São Bernardo do Campo, que produz apenas chassis de ônibus e caminhões.
Em nota, a Mercedes reforçou que os modelos de Iracemápolis (SP) serão substituídos por importados sem nenhum ônus às concessionárias. “Nosso primeiro objetivo agora é encontrar uma solução sustentável para os colaboradores dessa unidade”, concluiu Burzer.
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.