Morreu Ferdinand Piëch, neto de Ferdinand Porsche, que nasceu na Áustria em 1937 e ficará eternizado na memória dos fãs de automóveis como pai do Bugatti Veyron.
Nos 82 anos de vida, o executivo foi o responsável por outros ícones, como os Audi Quattro e 100, que foram essenciais para a consolidação da marca no mercado de luxo.
Em 1993, o austríaco assumiu o controle do grupo Volkswagen, onde conseguiu dançar entre dois extremos. Da racionalidade para reduzir custos à criação de carros icônicos.
Piëch antecipou a tendência que, anos depois, se tornaria regra na indústria: compartilhamento de plataforma. Então nasceram A3, Beetle, Bora, Golf e TT sobre a base PQ34.
O neto de Porsche também ampliou o portfólio da empresa. Sob sua supervisão, os alemães compraram Bentley, Bugatti, Lamborghini e Rolls-Royce – depois vendida à BMW.
Mas há um fracasso no currículo do austríaco: feito para andar a 300 km/h sob calor de 50°C e com ar-condicionado a 22°C, o luxuoso Phaeton não convenceu clientes da VW.
Fruto da teimosia de Piëch, como o malfadado sedã, o superesportivo Veyron foi criado para superar os 1.000 cv. E assim surgiu um dos veículos mais emblemáticos do mundo.
Em 2015, o executivo renunciou à presidência do conselho da VW após uma polêmica derrota: não conseguiu a demissão do CEO Martin Winterkorn e disse adeus à empresa.
Desde então, dedicou seus dias a aproveitar a coleção de supercarros, que incluía dois Bugatti para o dia a dia. E em 25 de agosto, na Alemanha, se despediu de vez dos fãs de carros.