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Motor 1.8 E.torQ usado por Fiat e Jeep será aposentado até 2020

Motor que já foi abandonado pela Chrysler será substituído por propulsores turbo inéditos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 13 fev 2018, 13h53 - Publicado em 12 fev 2018, 20h22
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Motor 1.8 E.torQ entrega até 139 cv com etanol, mas será aposentado até 2020 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O ano de 2020 será de mudanças dentro da FCA. Será o ano do lançamento da terceira geração o Uno, que por sua vez também será responsável por estrear uma nova linha de motores turbo.

Mais eficientes, eles terão a – não tão difícil – missão de aposentar os motores E.torQ.

Os motores Firefly, lançados no final de 2016, serão o ponto de partida. No Uno, versão com turbo e injeção direta do motor 1.0 Firefly de três cilindros poderá colocar o compacto no topo do ranking de eficiência de combustível.

Para isso, o três-cilindros ainda receberá novo cabeçote com quatro válvulas por cilindro – o atual tem duas por cilindro, 6 válvulas no total – e duplo comando de válvulas variável, mais preciso que o atual variador de fase nas válvulas de admissão e escape ao mesmo tempo.

Em seguida, a mesma receita será aplicada ao motor 1.3 Firefly, de quatro cilindros. Terá cabeçote 16V, turbo e injeção direta e comando VVT para aposentar o motor 1.8 16V E.torQ, já antiquado em sua concepção.

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Jeep Renegade teria fôlego extra com novo motor 1.3 16v Turbo (Divulgação/Divulgação)

Atualmente, o motor 1.6 E.torQ equipa apenas o Grand Siena, além de versões de exportação de Strada e Weekend, e as versões de entrada do Jeep Renegade na Europa.

Já o 1.8 E.torQ equipa os Fiat Argo, Cronos, Palio Weekend, Strada, Doblò, Toro e o Jeep Renegade. Suas últimas atualizações foram para a instalação de coletor de admissão variável e stop-start, em busca de médias de consumo mais animadoras.

Mais Chrysler do que Fiat

Apresentados em 2010, os motores E.torQ são mais antigo do que parecem. Surgiram a partir dos motores da Tritec, empresa formada em 1997 por uma joint-venture entre a Chrysler (que se fundiria com a Daimler no ano seguinte) e a britânica Rover, então subsidiária da BMW.

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Em vez de ser construída nos Estados Unidos ou no Reino Unido, a fábrica da Tritec foi instalada em Campo Largo, no Paraná. Ela iniciou suas operações em 1999 e toda sua produção era destinada ao mercado externo.

Mini Cooper 2001
Em sua primeira fase, o Mini Cooper usava apenas motores Tritec fabricados no Paraná (Divulgação/Mini)

Seu motor mais fraco era o 1.4 16V SOHC, de 75 cv e 12,4 mkgf, que equipou os Mini ONE vendidos em Portugal e na Grécia até 2008.

O 1.6 16V SOHC foi mais popular. A versão de 90 cv e 14,3 mkgf era usada pelo Mini ONE , já a configuração com 116 cv e 15,2 mkgf equipou os Mini Cooper, os Chrysler Neon e PT Cruiser fora dos Estados Unidos, além dos chineses Chery A15 e Lifan 520 e 620.

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Motor 1.6 Tritec
Motor 1.6 16V Tritec deu origem aos Fiat E.torQ atuais (Divulgação/Mini)

A configuração mais potente, no entanto, era exclusiva do Mini Cooper S. Com compressor do tipo roots e intercooler, o 1.6 chegou a render 170 cv e 22,4 mkgf de torque.

Este Tritec levou o título de “Motor do ano 2003” na categoria “1.4 L a 1.8 L”. Talvez este tenha sido o único trunfo da Tritec, que nunca chegou perto de produzir a metade dos 400.000 motores/ano previstos quando foi criada.

motor tritec mini cooper s
Motor 1.6 Tritec com supercharger equipou o Mini Cooper S (Divulgação/Mini)
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A situação piorou em junho de 2007, quando a BMW saiu da sociedade. Isso porque os Mini, então os maiores clientes da Tritec, passariam a usar os motores Prince/THP desenvolvidos em parceria com a PSA.

Ociosa, a fábrica de Campo Largo teve sua produção suspensa no mês seguinte.

A Tritec só foi vendida em março de 2008. Apesar do interesse de algumas empresas chinesas e da russa AvtoVAZ – fabricante do Lada Niva –, foi a Fiat quem assinou o cheque. A fabricante italiana investiria R$ 250 milhões para transformar o 1.6 Tritec nos 1.6 e 1.8 E.torQ.

Chery A15
Chery A15: um chinês que chegou a usar motor brasileiro (Divulgação/Chery)
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Na prática, 70% dos componentes dos E.torQ são diferentes dos Tritec. Mudam bloco, virabrequim, bielas, pistões, coletor de admissão, comando de válvulas, sistema de injeção, volante do motor, bomba d’água e direção hidráulica, tampa de válvulas, junta do cabeçote e bicos injetores, por exemplo.

Ainda assim, mantiveram o comando simples no cabeçote (SOHC) e, no 1.6, o diâmetro e curso dos pistões permaneceu igual. A potência do 1.6 também não mudou muito: dos 116 cv que gerava com gasolina, passou a render 117 cv com álcool e 115 cv com gasolina, porém com mais torque: até 16,8 mkgf.

motor 1.8 e.torq
Motor 1.8 E.torQ surgiu com 132 cv, mas hoje rende até 139 cv (Divulgação/Fiat)

O mais curioso é que, ainda que indiretamente, o motor Tritec voltou para a Chrysler. O Grupo Chrysler (que englobava ainda a Jeep, a Dodge e a RAM) foi comprado pela Fiat em 2009. Hoje o Jeep Renegade usa os motores E.torQ, outrora rejeitados, no Brasil e na Europa.

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