Motores turbodiesel ainda são mais eficientes que os motores flex. Um tanque de diesel rende muito mais, mas também pesa muito mais no bolso quando o assunto é o custo por quilômetro rodado.
Sai mais barato rodar com etanol ou gasolina no Brasil, hoje. Pelo menos no caso da Fiat Toro e dos Jeep Compass e Commander.
Os três são raros modelos que ainda mantêm a opção de motor flex e diesel. Até o ano passado ainda existia picapes médias com motores flex, mas nenhum fabricante manteve a opção após o Proconve L7 entrar em vigor. Agora só há picapes médias a diesel à venda no Brasil.
No caso de Toro, Compass e Commander, os motores são os mesmos. Enquanto os flex usam o motor 1.3 GSE Turbo de 185 cv e 27,5 kgfm com câmbio automático de seis marchas, os diesel usam o motor 2.0 Multijet de 170 cv e 37,5 kgfm (38,7 kgfm no caso do Commander) com câmbio automático de nove marchas e tração 4×4 permanente.
Mais barato para rodar
Calculamos, então, o custo do quilômetro rodado para cada combustível, para os três carros. As médias de consumo urbano e rodoviário são as homologadas no programa de etiquetagem do Inmetro (Conpet) para as versões mais baratas de cada carro, com cada motor.
Os preços dos combustíveis considerados são do último levantamento da ANP, apurados entre 28 de agosto e 3 de setembro em todo o Brasil. O preço médio nacional do litro de diesel é R$ 6,99. A gasolina custa, em média, R$ 5,17 e o álcool, R$ 3,71 o litro.
Tanto para a Fiat Toro quanto para os Jeep Compass e Commander sai mais barato rodar com gasolina. Para o Compass, o custo do km urbano rodado é de R$ 0,50, enquanto para Compass e Commander custa R$ 0,53. Com etanol, o custo do km sobe para R$ 0,52; R$ 0,55 e R$ 0,54, respectivamente.
Ainda considerando o consumo na cidade, o quilômetro rodado com diesel passa aos R$ 0,65 para o Compass, R$ 0,68 para o Commander e R$ 0,69 para a Toro.
Cidade (km/l) | Estrada (km/l) | Custo Km urbano | Custo Km estrada | |
Jeep Compass 1.3 GSE gasolina | 10,4 | 12,1 | R$ 0,50 | R$ 0,43 |
Jeep Compass 1.3 GSE etanol | 7,1 | 8,6 | R$ 0,52 | R$ 0,43 |
Jeep Compass 2.0 turbodiesel | 10,7 | 13,8 | R$ 0,65 | R$ 0,51 |
Fiat Toro 1.3 GSE gasolina | 9,7 | 11,6 | R$ 0,53 | R$ 0,45 |
Fiat Toro 1.3 GSE etanol | 6,8 | 8,2 | R$ 0,55 | R$ 0,45 |
Fiat Toro 2.0 turbodiesel | 10,1 | 12,6 | R$ 0,69 | R$ 0,55 |
Jeep Commander 1.3 GSE gasolina | 9,8 | 11,8 | R$ 0,53 | R$ 0,44 |
Jeep Commander 1.3 GSE etanol | 6,9 | 8,3 | R$ 0,54 | R$ 0,45 |
Jeep Commander 2.0 turbodiesel | 10,3 | 11,9 | R$ 0,68 | R$ 0,59 |
Em outras palavras, o custo do quilômetro rodado na cidade com motor turbodiesel chega a ser R$ 0,16 mais caro, no caso da picape. Considerando a autonomia de 606 km da Fiat Toro Freedom 2.0, o gasto extra por tanque de diesel será de R$ 97. Seu tanque cheio custa R$ 419,40.
O diesel só seria mais vantajoso para os três modelos se o custasse R$ 5,30 o litro. Ou se custasse menos que a gasolina, o que era o normal até poucos meses atrás.
Ter carro a diesel é mais caro
A mecânica a diesel eleva consideravelmente o preço dos carros. Sempre foi assim. Se a Fiat Toro Freedom 1.3 turbo custa R$ 156.600, a mesma versão com motor turbodiesel custa R$ 192.900, R$ 36.600 a mais.
O Jeep Compass Longitude diesel está tabelado em R$ 227.290, enquanto a opção flex custa R$ 179.990, uma diferença de R$ 47.300. Para o Commander a diferença é ainda maior: R$ 53.000 entre as versões Limited flex (R$ 236.990) e diesel (R$ 289.990).
As versões a diesel só levam vantagem nas revisões, feitas em intervalos de 20.000 km ou um ano, enquanto a Toro flex para a cada 10.000 km e os Commander e Compass flex, a cada 12.000 km.
Usando a Fiat Toro como exemplo, até os 60.000 km as revisões das versões flex terão custado R$ 5.520, enquanto a soma das versões diesel seria R$ 4.172. Em todo o caso, só será vantajoso para quem roda bastante, pois as revisões são anuais e os serviços, individualmente, são mais caros.
Uma curiosidade é que no Melhor Compra deste ano as Fiat Toro diesel revelaram ter seguro mais barato (R$ 5.460) do que as flex (R$ 5.992). No caso do Compass, porém, o custo dobra: passou dos R$ 3.676 no Longitude flex para R$ 6.466 no Longitude diesel. A desvalorização do diesel no primeiro ano também foi maior: 25,54% contra 1,4%.
Levando na ponta do lápis, as versões a diesel dos três carros da Stellantis avaliados só valem a pena para um público: quem realmente faz questão ou precisa da tração 4×4.
Quem diria que o fato do Jeep Renegade 4×4 ter trocado o motor 2.0 turbodiesel pelo 1.3 trurboflex se mostraria um grande acerto? Pelo menos nesta atual conjuntura.