A Nissan apresentou, nesta terça-feira (24), a terceira geração do seu compacto Note, vendido no Japão. Aos brasileiros, entretanto, também há motivos para se atentar, já que o hatch traz tecnologias que deverão constar também no Kicks híbrido que a montadora prepara para o nosso mercado.
O hatch será oferecido exclusivamente com a segunda geração do e-Power. Ao contrário dos sistemas mais comuns, nos quais as rodas recebem força simultaneamente do motor a combustão e das baterias, o conjunto da Nissan muda a rota da energia e sua transmissão.
Assim, um motor tricilíndrico 1.2 a gasolina, com 80 cv e 11 kgfm é usado exclusivamente para carregar as baterias, que são inteiramente responsáveis pela tração, via motor elétrico. No fim das contas, são 116 cv de potência e excelentes 28,5 kgfm de torque, entregues com a mesma agilidade de um EV completo. A tração do Note, porém, não é integral, mas dianteira.
O sucesso do e-Power ajudou o Note a tomar liderança de vendas do Prius no acirrado mercado japonês. Em sua nova geração, o hatch segue uma linha de design batizada de Timeless Japanese Futurism (futurismo japonês atemporal, na tradução livre), que, na verdade, se aproxima mais dos contemporâneos Leaf e Ariya.
Além do padrão bicolor, com o preto dominante a partir das maçanetas, destacam-se, na parte de fora, a nova grade e os faróis led, sempre sóbrios. Por dentro há um pouco mais de ousadia, com uso de bancos Zero Gravity que, de acordo com a Nissan, se valem de estudos da Nasa para gerar maior conforto e menor fadiga em longas rotas.
Energia nacional
Seguindo tendência adiantada por QUATRO RODAS ano passado direto de Detroit, nos Estados Unidos, o novo e-Power deve equipar a próxima geração do Kicks fabricado no Brasil, fazendo desse o primeiro híbrido nacional da marca.
A escolha não é apenas mercadológica, já que o sistema exige plataformas maiores, ainda sendo pouco prático em carros mais compactos.
Na segunda geração do e-Power, o segredo foi trabalhar no inversor responsável por receber a energia da queima da gasolina, em corrente contínua, e entregá-la às baterias em corrente alternada. O novo inversor é 40% menor e 30% mais leve. O sistema como um todo também priorizou o conforto: caso a rodagem gere muito ruído interno, o motor a combustão para de funcionar enquanto houver autonomia.
Considerando o consumo da primeira geração do e-Power, na casa dos 35 km/l, não é exagero supor que o Kicks brasileiro possa repetir esse desempenho, atingindo autonomia na casa dos 1.200 km.
A data prevista para a chegada do novo SUV, já lançado na Tailândia, é em fevereiro próximo. Sua versão híbrida, entretanto, deve demorar mais um pouquinho, vindo só em 2022. Até lá, resta ficar de olho nos mercados vizinhos.
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