Noronha proíbe novos carros a combustão, mas ainda gera energia com diesel
Lei sancionada pelo governo de Pernambuco determina: nenhum novo carro poluente poderá aportar no local a partir de 2022
O arquipélago de Fernando de Noronha se tornou o primeiro lugar no Brasil a banir de vez os carros a combustão, que serão proibidos de entrar na ilha já em 2022, segundo a lei sancionada terça-feira (7) por Paulo Câmara, governador do estado de Pernambuco.
Se daqui dois anos já não haverá novos veículo emissores de poluentes, em 2030 eles serão totalmente banidos do território. Vale lembrar que, desde o ano passado, há seis carros elétricos no distrito.
Mas, conforme QUATRO RODAS revelou com exclusividade, devido ao fato de que 90% da energia local advém de geradores a diesel, os elétricos da ilha podem poluir mais do que uma van a diesel.
O incentivo à produção de energias renováveis foi apenas citado no comunicado oficial, sem nenhum detalhamento de projetos para reduzir a dependência atual dos geradores que fornecem energia a Noronha.
Atualmente, apenas 10% da energia usada no arquipélago é sustentável.
Na reportagem publicada por QUATRO RODAS em julho de 2019, explicamos por que circular com um Renault Zoe recarregado no arquipélago – considerada a energia mais “suja” do país – emite mais poluentes por ocupante do que um utilitário Renault Master.
A administração de Fernando de Noronha, vinculada ao governo de Pernambuco, informou à época que havia “uma série de projetos para instalar ecopostos na ilha, com o objetivo de tornar não-poluente o processo de abastecimento de veículos elétricos”.
Com cerca de 2.900 habitantes, o arquipélago tem uma frota 1.400 veículos, de acordo com dados divulgados pelo último Censo do IBGE.
Segundo a administração, há um ecoposto para recarga de carros elétricos com energia solar na ilha desde 2015.