O Mercedes-Benz EQS é um dos veículos mais tecnológicos da atualidade. Elétrico, recheado de telas e extremamente luxuoso como um bom Classe S, o sedã elétrico teve seus preços revelados nesta semana e, cotado a menos de R$ 1 milhão de reais, até que não surpreendeu dado o que o oferece.
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A questão é que, na verdade, nem tudo é questão de dinheiro. Ou até é, mas, como um bom invento dos anos 2020, depende de pagamentos. Não estamos falando apenas de serviços de entretenimento: até o esterçamento do eixo traseiro da nova “limusine elétrica” poderá ser pago à parte, mensalmente.
Com 3,2 m de entre-eixos e 5,2 m de comprimento, a função é especialmente útil para facilitar a manobra da “barca” em espaços apertados, como praxe nas cidades europeias, girando as rodas traseiras em direção contrária às dianteiras. O “modo caranguejo” também funciona alinhado ao eixo da frente, nesse caso contribuindo para a estabilidade da direção a fim de que o champanhe derrame nos bancos de trás.
É coisa para poucos, mas o esterçamento traseiro já vem sendo usado em outros gigantes, como o GMC Hummer EV e a futura Chevrolet Silverado elétrica. A diferença é que, no caso do EQS, a deriva das rodas é limitada a 4,5º, sendo necessário pagar uma assinatura para explorar toda a capacidade do sistema que já está presente no carro.
Como nada do sedã elétrico é barato, a funcionalidade custa €1.547, ou cerca de R$ 9.500 na conversão direta. Por esse valor é possível liberar até 10º graus de esterçamento, permitindo diâmetro de giro de apenas 10,9 m. Caso o comprador prefira economizar, basta acessar a loja de aplicativos da Mercedes e liberá-lo pelo valor promocional de €489 anuais — aproximadamente R$ 3.016.
A contratação do serviço ocorre diretamente na tela multimídia MBUX Hyperscreen, que se estende ao longo de todo o painel. Logo que o serviço é ativado um módulo de comunicação envia sinais de rádio ao veículo, que passa a usar todo seu potencial.
Segundo a Mercedes, o serviço de atualização via internet (OTA) será expandido aos poucos. Também há planos para amostras grátis e períodos de teste, a fim do condutor avaliar a real necessidade das funções.
Outros itens já à assinatura incluem o pacote sonoro Roaring Pulse (€89/ano a partir do 13º mês), que compensa o silêncio do carro com ruídos que, nesse caso, incluem sons da natureza. Há outros modos à disposição, a fim de quebrar o isolamento que envolve desde rearranjo do já discreto motor elétrico até espumas especiais, barreiras isolantes ao redor da carroceria e até maçanetas retráteis a fim de evitar barulho de vento.
Outra função disponível na loja virtual é o modo Condutor Iniciante, que facilita a vida de quem precisa domar o EQS, com até 523 cv e 87,2 kgfm. Para tanto, o limite de velocidade é reduzido de 208 km/h para apenas 120 km/h, sem opção de desligar o controle de estabilidade. Os modos esportivos também são inabilitados e o comando eletrônico do carro suaviza todas as suas reações. De brinde, o pacote inclui animações exclusivas e joguinhos como Tetris e Sudoku.
Como a função é claramente voltada a motoristas de ricaços, cabe ao dono do carro ligá-la e desligá-la, sempre através de senha e outros mecanismos de segurança. E caso seja monossilábico ou precise poupar a garganta, o dono pode assinar função em que o próprio carro trata de se apresentar a novos ocupantes, explicando com a delicadeza de um cicerone todas as suas tecnologias.
Interessados em adquirir o novo Mercedes-Benz EQS já podem reservá-lo nos países da Europa Ocidental, onde a versão de 333 cv parte do equivalente a R$ 655.480. Quem optar pela versão 580 4MATIC, topo-de-linha, desembolsará no mínimo o equivalente a R$ 835.490.
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