Oficial: Seat deixará de existir por conta de sucesso da própria submarca

A Seat já era, cada vez mais, uma estranha no ninho do Grupo Volkswagen. Agora, os rumores de que a fabricante espanhola deixará de existir foram confirmados pelo próprio CEO da VW, Thomas Schäfer, em entrevista ao Autocar. Uma pá de cal na história que começou em 1950 e incluiu vendas no Brasil entre 1995 e 2002.

Segundo Schäfer, a Seat produzirá seus carros atuais até que os ciclos de vida de todos os modelos estejam encerrados. Daí em diante, o nome será aproveitado em outras coisas. As hipóteses para o futuro da marca vão de scooters elétricas a outras soluções de mobilidade.

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Incrivelmente, porém, a culpa não é de crises financeiras ou decisões governamentais. A única montadora relevante da Espanha acabará por conta do sucesso de sua própria subsidiária, a Cupra.

Intriga familiar

A Cupra surgiu nos anos 1990, como uma forma de denominar versões esportivas de modelos da Seat. Em 2018, foi convertida em uma marca independente e começou a lançar produtos como o Formentor. E aí tudo mudou.

A boa recepção do SUV médio parece ter inspirado a Volkswagen a explorar melhor sua nova marca. Dessa forma, o VW ID.3, por exemplo, deu origem ao Cupra Born: um elétrico que aproveita a mecânica do primo alemão mas traz visual muito mais agressivo, tanto por dentro quanto por fora.

Os carros mais baratos da Seat partem da faixa 18.000 euros, enquanto os valores da Cupra começam em cerca de 30.000 euros. Mesmo assim, de janeiro a julho de 2023, a fabricante esportiva só 44.000 unidades a menos que sua “mãe” na Europa. 

A oportunidade ficou evidente para a Volks, que focará na marca que dá mais lucro. A fé é tanta que a meta inclui vender 500.000 carros da marca por ano já em 2025, quase quintuplicando a produção atual.

Jovem e relativamente desconhecida, a Cupra vem se distanciando aos poucos da identidade espanhola, e focando em públicos jovens e distintos da Seat. Ela também já confirmou três novos modelos para os próximos dois anos: o SUV híbrido Tavascan e os elétricos Terramar e Raval — o último um compacto altamente tecnológico.

“Houve um debate se tentávamos revigorar a Seat, mas marca tinha um histórico de prejuízos e, por fim, o potencial de ganhos da Cupra cimentou essa decisão”, completou Schäfer.