As peruas fazem parte de uma configuração de carroceria cada vez mais rara no Brasil e no mundo – com exceção da Europa, onde ainda têm seu público cativo. Porém, há outro tipo de carro que é tão raro (e apreciado) quanto as peruas: os shooting brakes — basicamente cupês transformados em station wagons.
Ferrari 365 GTB 4 Shooting Brake 1972
Um raríssimo deleite para ferraristas milionários, a macchina é baseada na 365 GTB/4 Daytona. Tem janelas laterais traseiras que se abrem para cima e um inegável visual de carro fúnebre. Mas quem se importa? Sob o capô está um matador V12 de 4,4 litros e 352 cavalos.
Volvo 1800ES 1972
Baseada no 1800 E, o 1800 ES tinha basicamente as mesmas linhas do cupê até a coluna B. Na traseira, ganhou o prolongamento característico das shooting brake, com caimento expressivo na lateral posterior. O modelo teve 8.077 construídas e contava com a tampa do porta-malas feita inteiramente de vidro, tendência que se perpetuou nos hatches 480 (fabricado entre 1987 e 1995) e no mais recente C30.
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Aston Martin Virage Shooting Brake 1992
Esse britânico vai além da raridade – é quase uma lenda. Só quatro unidades do Virage Shooting Brake foram fabricados em 1992. À época, a empresa Works, que fez a conversão da carroceria, cobrava 165.000 libras pela transformação.
Com visual quadrado, a versão shooting brake do Virage caiu muito bem ao grã-turismo vendido nas décadas de 1980 e 1990. Potente, o Virage trazia um V8 5.3 de 330 cv e câmbio manual de cinco marchas.
BMW Z3M Coupe 1999
Até hoje há controvérsias a respeito do BMW Z3M Coupe, já que o modelo seria muito pequeno para ser considerado um shooting brake. Mas deu certo: até hoje é reconhecido como dono de um dos traços mais marcantes (e polêmicos) da casa bávara. Independente disso, o motor seis cilindros em linha de 3,2 litros com mais de 300 cv e a dirigibiilidade elogiável colocaram seu nome na história.
Audi Shooting Brake Concept 2005
Apresentado no Salão de Tóquio de 2005, o Audi Shooting Brake Concept foi baseado no TT de segunda geração, e preservava as proporções do cupê. Mas não resultou em uma versão de produção em série. A Audi equipou o conceito com um motor 3.2-litros seis-cilindros de mais de 250 cv e tração integral.
Mercedes CLS63 Shooting Brake 2013
Com o Mercedes-Benz CLS, a marca foi precursora entre os cupês de quatro portas em 2004. Na segunda geração do modelo, a marca da estrela de três pontas lançou o CLS Shooting Brake — a versão perua derivada do sedã-cupê. Embora tenha quatro portas, isso não o desqualifica da alcunha shooting brake, com receita ainda melhor na configuração CLS63 AMG, dotada de um V8 5.5 biturbo de 557 cv.
Fisker Surf 2011
Pouco conhecida dos brasileiros, a Fisker é uma fabricante americana de carros híbridos de luxo inaugurada em 2007. Seu primeiro carro foi o Karma, um sedã com motor 2.0 turbo atrelado a um motor elétrico, que somados geravam mais de 400 cv. Com base no Karma foi desenvolvido o Fisker Surf, que adicionou apenas 35 kg no carro original, resultando em generosos 821 litros de volume no porta-malas. No entanto, essa configuração nunca foi produzida em série.
Ferrari FF 2011
É um dos poucos veículos dessa lista que nasceram shooting brake, não se trata de uma versão. Substituta da 612 Scaglietti, a FF tem traços curvilíneos, capô longo e um jogo de lanternas circulares nas extremidades, além de um belo V12 6.3 de 660 cv. Uma das poucas Ferrari capazes de levar quatro pessoas com conforto, a exemplo da sua sucessora: a GTC4Lusso.
Chevrolet Corvette Aerowagen 2016
Ao contrário de alguns modelos da lista, o Corvette com visual shooting brake é um sonho mais alcançável, já que não se trata de uma versão de produção limitada, mas uma adaptação sobre o superesportivo. A peça, basicamente um componente que amplia a área do teto, é feita de fibra de carbono e confeccionada pela americana Callaway. O estilo final ficou bacana e até sugere alguma inspiração na Ferrari GTC4Lusso.
Toyota GT86 Shooting Brake 2016
Sim, existe um Toyota GT86 shooting brake. Mas, infelizmente, apenas uma unidade. A ideia foi da filial australiana da marca japonesa. O resultado ficou satisfatório, tanto visualmente quanto na praticidade, já que o diminuto porta-malas passou a ter um espaço mais digno para levar as bagagens. O motor 2.0 boxer de 200 cv não mudou, mesmo com o peso ultrapassando os 1.200 kg originais.