Na manhã desta terça-feira (16) a Petrobras anunciou o fim da política de paridade de importação (PPI) do petróleo. Essa política iniciada no governo Michel Temer, em 2016, a grosso modo equiparava o preço dos combustíveis da Petrobras ao que seria praticado caso o mesmo composto fosse importado.
Sobre a nova política que entrará em vigor, em nota, a empresa explicou que o preço interno continuará sendo baseado no internacional, mas que usará duas novas referências. A primeira será o “custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na precificação”, que de acordo com a estatal, “contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”.
A segundo referência é o “valor marginal para a Petrobras”, que por sua vez é “baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”, como explicou a Petrobras.
Adotamos a partir de hoje uma nova estratégia comercial, para definição de preços de diesel e gasolina em nossas refinarias. Buscamos ser mais eficientes e competitivos, atuando com flexibilidade sem deixar de seguir referências de mercado.
— Petrobras (@petrobras) May 16, 2023
No entanto, a estatal não divulgou uma fórmula do novo cálculo de preço, nem mesmo qual será o peso de cada uma dessas novas referências. A Petrobras apenas confirmou que a nova política permitirá maior flexibilidade para praticar preços mais competitivos, além de disputar mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.
Na PPI, praticada anteriormente, o valor dos combustíveis e do gás de cozinha se ajustavam automaticamente, de acordo com a variação do preço do petróleo e do câmbio do dólar, sem qualquer intervenção do governo. Também eram levados em conta preços internacionais de frete marítimo, por exemplo. “Os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, diz o comunicado.
As mudanças já começam a surtir efeito a partir de amanhã, segundo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A gasolina vendida nas refinarias terá redução de 12,6%, equivalente a R$ 0,40. Enquanto o diesel cairá 12,8%, ou R$ 0,44. Nas bombas, se as outras taxações se mantiverem fixas, o preço da gasolina vai cair em média de R$ 5,49 para R$ 5,20. Já o preço médio do diesel irá de R$ 5,57 para R$ 5,18, informou Prates.
O gás de cozinha também terá redução e pela primeira vez de 2021 o preço médio esperado pela Petrobras está abaixo dos R$ 100. De acordo com Jean Paul Prates, o GLP terá redução de R$ 8,97 pelo botijão de 13kg, podendo atingir o preço médio de R$ 99,87.
A mudança segue o discurso do Governo de “abrasileirar” os preços dos combustíveis. A Petrobras diz ter vantagens competitivas para vender combustível em território, logo, se limitar ao preço dos concorrentes internacionais, não favorece o mercado interno, explicou.