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Pontiac Tempest e LeMans: dupla dinâmica

Potentes e inovadores, os dois irmãos subiram de categoria para consolidar a trajetória da divisão esportiva da GM

Por Felipe Bitu
Atualizado em 26 Maio 2017, 19h55 - Publicado em 12 mar 2015, 14h22
Com um V8 de até 7,4 litros, a versão LeMans GTO foi o primeiro muscle car
Com um V8 de até 7,4 litros, a versão LeMans GTO foi o primeiro muscle car (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Muito mais que um engenheiro, John DeLorean era um visionário: descontente com os rumos da Studebaker-Packard Corporation, o jovem nascido em Detroit decidiu correr atrás de novos desafios.

Sua busca terminou em 1956, quando foi contratado como chefe de engenharia avançada na Pontiac, divisão esportiva da General Motors. E foi na GM que sua carreira decolou.

Interessado em revigorar a imagem da Pontiac, a marca deu carta branca para DeLorean desenvolver suas ideias, concretizadas no compacto Tempest. Apresentado em 1961, trazia estrutura monobloco, suspensão traseira independente e câmbio traseiro, ligado ao motor por um cardã fexível de cabos de aço.

Sob o capô estava um quatro-cilindros de 3,2 litros, que variava de 110 a 155 cv. Para satisfazer o público mais tradicional, havia a opção do V8 3.5 de 155 cv, fornecido pela Buick. Com câmbio manual de três marchas ou automático de apenas duas, o Tempest faturou o título de Carro do Ano de 1961, concedido pela revista Motor Trend.

A versão mais completa ganhava outro nome: LeMans, disponível apenas na carroceria cupê. Ele se diferenciava pelo acabamento esportivo e requintado, com bancos dianteiros individuais e câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho.

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A aceitação dos novos modelos levou a Pontiac a alcançar a terceira posição em vendas, atrás de Chevrolet e Ford, mas a marca queria mais: em 1963, adicionou um V8 5.5 de 260 cv. Um ano depois, Tempest e LeMans foram promovidos a modelos intermediários.

Maior e mais pesada, a carroceria estava apoiada sobre um chassi de longarinas, um retrocesso. Também perderam o cardã fexível, a suspensão traseira independente e o quatro-cilindros. DeLorean tentou compensar a involução com um enorme V8 6.4 de até 348 cv. Batizado de LeMans GTO, ele é considerado hoje o primeiro muscle car da história.

O LeMans era a versão cupê e mais equipada do Tempest
O LeMans era a versão cupê e mais equipada do Tempest (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O Tempest começava com um seis-cilindros de 3,5 litros e 140 cv criado pela Chevrolet. Inspirado numa solução da Mercedes, DeLorean o aperfeiçou: reprojetou o motor, reposicionando o comando no cabeçote. Um novo 3.8 inovou em 1966 ao acionar o comando por correia dentada reforçada com fibra de vidro, um avanço na época.

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A versão mais sofisticada do seis-cilindros rendia 230 cv, mais que muitos V8 da época. Nem de longe tinha a performance do GTO (modelo independente desde 1966), mas não fazia feio: ia de 0 a 97 km/h em 9 segundos, atingia 190 km/h e oferecia comportamento superior, pois o motor mais leve melhorava a distribuição de peso entre os eixos. O ronco similar ao do Jaguar chamava atenção na rua, mas o alto custo de produção decretou a extinção desses motores.

Promovido a gerente geral da divisão Chevrolet em 1969, DeLorean levou parte do espírito inovador da Pontiac. Assim, Tempest e LeMans tornaram-se carros convencionais, mas ainda voltados à alta performance com seu V8 5.8 de 325 cv.

É o caso deste modelo 1969. “Sempre fui fã dos Chrysler, mas me rendi aos encantos desse Pontiac. Sua dirigibilidade faz um ótimo conjunto com o torque e a potência do V8”, diz o colecionador Vanderlei Lomelino.

Rico em mostradores, o cupê traz o conta-giros no capô
Rico em mostradores, o cupê traz o conta-giros no capô (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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O LeMans tornou-se ainda mais potente com um V8 6.5 de 330 cv em 1970. O Tempest saiu de cena em 1971, quando o LeMans chegou ao ápice com o V8 7.4 de 335 cv, até então exclusivo do GTO.

Como quase todos os carros americanos, o LeMans definhou na própria mediocridade nos anos 70, perdendo prestígio e potência. Os V8 de 7,4, 6,5 e 5,8 litros deram lugar a outros menores, com 4,3 e 4,9 litros. Já sem personalidade, ele saiu de linha em 1981. A carência de uma identidade própria vitimou mais tarde até a Pontiac, fechada pela GM em 2010.

Made in Korea

O Pontiac LeMans seria ressuscitado em 1988. Só que ele era importado da Coreia, onde era vendido como Daewoo LeMans, com tração dianteira e motor quatro cilindros. Na verdade, ele era um projeto da Opel, que no Brasil foi lançado em 1989 como Chevrolet Kadett.

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Ficha Técnica: Pontiac LeMans 1969

Motor 8 cilindros em V de 5,8 litros
Potência 325 cv a 5 100 rpm
Torque 52,5 mkgf a 3 200 rpm
Câmbio automático de 3 marchas
Carroceria fechada, 2 portas, 5 lugares
Dimensões comprimento, 521 cm; largura, 192 cm; altura, 132 cm; entre-eixos, 284 cm
Peso 1.524 kg
0 a 100 km/h 8,2 segundos
Velocidade máxima 195 km/h
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