Homenageando o passado, a Porsche está lançando o que talvez seja o mais exclusivo de seus veículos. Isso porque o 911 Classic Club Coupe tem apenas uma única unidade. Tanto, que a fabricante desmontou seu protótipo para garantir a raridade do modelo.
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Mas esse 911 não se trata de uma criação totalmente nova. Ele é, na realidade, uma restauração de extremo bom gosto. Tudo começou com um 911 Carrera da geração 996, de 1998, para lá de detonado encontrado em estado de abandono em Columbia, no estado americano da Virgínia.
A Porsche Classic, junto com o Porsche Club of America resolveram adquirir essa “cobaia” para não só restaurá-lo, mas também transformá-lo em uma peça única, que uniria design e peças do passado, com alguns elementos dos 911 atuais.
Primeiro, o modelo foi inteiro desmontado e recebeu reforço na carroceria usando peças originais e novas. Quanto ao motor, freios e chassi, vieram da segunda fase do 996, vendida a partir de 2005, mais precisamente da versão esportiva GT3.
Logo, ele tem discos de 350 mm na dianteira e 330 mm atrás, além do motor seis cilindros 3.6 de 386 cv, que a Porsche garante estar dentro de todos os padrões e regulamentos americanos.
Para garantir que tudo fosse ocorrer bem, a Porsche montou um modelo idêntico para servir como protótipo. Essa unidade foi submetida a testes de velocidade máxima e túnel de vento em Weissach, na Alemanha, Nardo, na Itália e Idiada, na Espanha. O modelo passou em todos os padrões da marca, mas acabou sendo desmontado, como explicado no começo do texto.
O resultado foi um esportivo com detalhes estéticos antigos e modernos ao mesmo tempo, algo semelhante ao 911 Sport Classic, uma edição especial e raríssima da geração 997, que foi vendida somente na Europa e por um preço absurdamente alto. A cor Sport Grey Metallic é justamente para relembrar essa versão rara do 997.
Para trazer mais esportividade ao 911 Classic Club, a equipe pintou uma faixa dupla que divide o veículo verticalmente da ponta do capô até o spoiler traseiro. Esse aerofólio, por sua vez, tem forma de rabo de pato (duck tail) e remete a outro clássico, o 911 Carrera RS 2.7 de 1972. O teto de bolha dupla – também feito a mão – e as rodas Fuchs de 18 polegadas completam o visual externo.
Entrando na cabine, a equipe de modificação decidiu usar o preto como cor principal do acabamento e o cinza como secundária, com costuras e outros detalhes em azul. O teto tem forro de Alcantara e os bancos são de couro.
A tela multimídia dá um ar de modernidade para o interior e tem conexão com Android Auto e Apple CarPlay. Inclusive, ela exibe “Classic Club Coupe” no momento em que é iniciada. Para a Porsche, instalar elementos modernos como esse no console central foi o maior desafio, já que o layout original não estava preparado para recebê-los.
O modelo tem a assinatura da Sonderwunsch, nova divisão de customização que ressuscita um projeto dos anos 70, onde os próprios compradores projetavam seus carros. Mas, dessa vez, o cliente é a própria Porsche of America, que receberá o modelo completo, como relatou um porta-voz.
Ao todo, foram dois anos para o finalizar o projeto e uma quantia em dinheiro não especificada pela Porsche. O 911 Classic Club Coupe pode ser visto em público, porém de maneira disfarçada no Amelia Concours d’Elegance, um evento de caridade que acontece na Flórida, Estados Unidos