Primeiro elétrico da Audi, e-tron será vendido no Brasil
SUV elétrico tem o equivalente a 408 cv e pode vir com câmeras no lugar dos retrovisores
A Audi dá o pontapé inicial em seu plano de eletrificação. Até 2025 a marca promete colocar nas ruas ao redor do mundo nada menos que 12 modelos movidos somente por baterias – de compactos aos chamados full-size.
O modelo escolhido para iniciar essa trajetória não poderia ser outro: um SUV. O inédito e-tron surge com 408 cv de potência e cerca de 400 quilômetros de autonomia – a menor entre os concorrentes.
A missão brigar por um lugar ao Sol com Tesla Model X (474 km de autonomia), Jaguar I-Pace (480 km) e o novato Mercedes-Benz EQC (450 km). A BMW também terá uma variante elétrica do X3.
E se você acha que o Brasil vai demorar a ver o e-tron, está enganado. O carro está confirmado para desembarcar aqui no segundo semestre de 2019.
O primeiro elétrico produzido em larga escala pela Audi é baseado no conceito de mesmo nome apresentado em 2015 no Salão de Frankfurt, na Alemanha. À época a Audi anunciava um conjunto capaz de produzir 435 cv e uma autonomia de mais de 500 quilômetros.
Os números finais são um pouco diferentes. O e-tron usa dois motores elétricos – um para cada eixo. Juntos, produzem 300 kW – o equivalente a 408 cv. O torque instantâneo é de 67,7 mkgf. De acordo com os novos padrões para homologação de veículos na Europa (WLTP), a autonomia chega perto dos 400 quilômetros.
As baterias de 95 kWh pesam 700 kg e são montadas no assoalho, bem no meio do carro. Isso contribui para o centro de gravidade mais baixo e também para a perfeita distribuição de peso do SUV – 50% na dianteira e 50% na traseira.
O sistema de tração do Audi é diferente do Mercedes-Benz EQC, por exemplo. O principal motor é o traseiro. Quando mais potência é solicitada, o sistema aciona a unidade dianteira e redistribui o torque entre os eixos.
Com a tração nas quatro rodas acionada, o SUV consegue atingir 100 km/h em 5,7 segundos. A velocidade máxima chega perto dos 200 km/h.
Toda essa energia pode ser regenerada de duas maneiras. A primeira é pelo chamado coasting, quando o motorista atinge velocidade de cruzeiro e solta o acelerador.
A outra é reintegrando parte da carga desperdiçada em frenagens. Ao acionar o pedal da esquerda a 100 km/h, o Audi consegue usar 70% de força total (300 cv e 30,6 mkgf) na função de recuperação de energia.
Em termos de tamanho, o e-tron se situa entre o Q5 e o Q7. São 4,90 metros de comprimento – 24 cm a mais que o Q5 e 10 cm a menos que o Q7. As dimensões ainda contemplam 1,93 m de largura e 1,61 m de altura. A distância entre-eixos fica em 2,93 m – contra 2,81 m do Q5 e 2,99 m do Q7. O porta-malas tem capacidade para 660 litros.
Para tornar o SUV bom de guiar, a Audi instalou um conjunto de suspensão pneumática. Dependendo do modo de condução (são sete), a altura do solo pode ser reduzida em até 7,6 cm.
O modelo também torna realidade o uso de câmeras em vez dos tradicionais espelhos retrovisores. As imagens são projetadas em dois display instalados nas portas, acima das maçanetas.
O formato da carcaça da peça contribui para reduzir o arrasto aerodinâmico e manter o Cx de 0,27. A aerodinâmica, inclusive, é responsável por 30% da autonomia total.
O e-tron vai custar 80 mil euros na Alemanha – quase R$ 400 mil – e as vendas começam até o final desse ano. O SUV, que será produzido na Bélgica, vai ganhar companhia em breve. Um sedã esportivo para rivalizar com o Model S da Tesla e um compacto premium elétrico estão nos planos e vão surgir nos próximos dois anos.