Procura por seguro de motos aumenta em 2025, mas demanda por seguro de carro cai
Seguro de motos vem crescendo no Brasil, principalmente, entre os mais jovens e com renda mais baixa, uma grande mudança no perfil desse tipo de consumidor
Até o ano passado, havia um abismo entre o volume de cotação de seguros para carros e motos. O seguro automotivo era bem mais procurado, representando 72% do total, enquanto as motos tinham 28%, de acordo com dados da TEx Analytics, empresa especialista em seguros da Serasa Experian.
Mas, em 2025, houve um grande aumento nos seguros para motocicletas. O Mapa de Seguros, novo indicador que mostra o comportamento do consumidor de seguros no Brasil, mostrou que a situação está se igualando. Em agosto, o volume de cotações para motos foi de 41%, enquanto o de carros caiu para 59%, uma diferença de 13 p.p (pontos percentuais).
É um movimento novo, até mesmo para as seguradoras. Segundo os especialistas, o que estamos vendo é uma mudança no perfil das pessoas que estão procurando seguros para as motocicletas. “Há alguns anos, o seguro de moto era impossível, só era feito para motos de alta cilindrada”, explica Emir Zanatto, head de seguros da TEx.
Agora, a demanda é alta também para motos de entrada. Praticamente 92% dos seguros feitos para motocicletas estão na faixa de preço entre R$ 10.000 e R$ 35.000. É justamente onde se encontram motos baratas e mais vendidas, como a Honda Pop 110i (R$ 10.080) e a Yamaha Factor (R$ 19.186), com 110 e 150 cilindradas, respectivamente.
No geral, quem busca os seguros para motos atualmente são pessoas mais jovens (18 e 45 anos), com renda mais baixa e solteiras. A motocicleta surge como uma opção de locomoção mais acessível, não só para comprar, como também para manter. Além disso, também serve como fonte de renda, o que colabora para o aumento da procura por seguros.
O reflexo dessa novidade é visto no preço das cotações. O IPSM é o índice que mede o valor do seguro em relação ao preço da motocicleta, e ele vem aumentando. Apesar de um pequeno recuo entre julho e agosto, a variação anual subiu 4,3% entre 2024 e 2025. No último mês, o índice geral foi de 9,7%.
“É um mercado que tem se expandido. Então, é normal acontecerem correções como essa neste período de acomodação, até que as seguradoras entendam qual a tarifa ideal”, diz Zanatto.
Para os carros, o que se vê é o movimento contrário. O IPSA (equivalente ao IPSM, mas para os automóveis) mediu uma queda 7,1% no último ano e, além disso, os seguros costumam ser proporcionalmente mais baratos nos carros. O índice geral para os automóveis foi de 5,2% em agosto, um valor considerado baixo. No mês de julho, esse índice foi de 5,1%, o menor dos últimos 13 meses.
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