QR de setembro: BYD enfrenta a Toyota em dois comparativos
Levamos para pista os sedãs rivais e também os SUVs Corolla Cross e Song Pro e ainda dirigimos a nova geração do Peugeot 2008 e a VW Amarok renovada
A edição de setembro de QUATRO RODAS já está chegando à casa dos assinantes e às bancas com um embate entre BYD e Toyota em dois comparativos. Colocamos frente a frente os SUV e sedãs híbridos das duas marcas.
O BYD King enfrenta o sedã mais vendido do mundo, o Corolla e o SUV Corolla Cross com motorização híbrida encara o BYD Song Pro.
A própria BYD não esconde que tem a Toyota como principal rival e no evento de apresentação e test-drive do sedã King disponibilizou diversas unidade do Corolla para que os jornalistas pudessem compará-los. Aceitamos a provocação, mas comparamos do nosso jeito: com teste completo em nosso campo de provas, medições e análise criteriosa da nossa equipe.
E para englobar também um comparativo representando o segmento mais disputado do Brasil, o de SUVs, também convocamos o Corolla Cross e Song Pro. Os dois são híbridos, porém o Toyota é pleno sem possibilidade de recarregar e o BYD é plug-in, recarregável em tomada, possibilitando uma rodagem de até 68 km apenas no modo elétrico. Apesar de serem tão diferentes na propulsão, compartilham a mesma faixa de preço e o mesmo cliente.
Essa edição também traz o teste completo da Volkswagen Amarok renovada. Trata-se de uma segunda reestilização acompanhada de evoluções tardias para uma picape que já sente o peso da idade. É uma receita não muito diferente daquela sofrida pela Saveiro em 2023. A frente recebeu um novo capô cerca de 10 cm mais comprido, permitindo se adequar à mesma linguagem de estilo da nova geração da Amarok vendida na Europa, essa, sim, inteiramente nova, lançada lá em 2022.
E tem mais:
Peugeot 2008 – A nova geração do Peugeot 2008 foi lançada oficialmente e estreou com mudança de plataforma, design renovado e o mesmo conjunto mecânico do Fiat Pulse, seu parente dentro da família Stellantis. Agora o Brasil tem a mesma geração do 2008 vendido na Europa, embora com atraso: foi lançada no Velho Continente em 2019. O motor do Pulse veio com a troca de cidadania e faz parte da adaptação para o SUV ser fabricado aqui.
Chevrolet Blazer – Há algumas décadas, o Chevrolet Blazer era o SUV da picape S10 no Brasil. Desde 2012, porém, esse papel passou a ser do Trailblazer, que, inclusive, ganhou recentemente uma atualização visual. Nos Estados Unidos, o Blazer seguiu vida solo e, agora, volta ao mercado brasileiro com um posicionamento inédito. Ele passa a ser um SUV elétrico com pegada esportiva, a qual pode lhe render o posto de, digamos, “substituto espiritual” do Camaro.
Mitsubishi L200 Triton Ultimate Racing – QUATRO RODAS acompanhou o processo de construção da inédita Triton Ultimate Racing ao longo de nove meses, do corte e soldagem dos primeiros tubos aos primeiros testes e acerto do carro às vésperas do Sertões. Acompanhamos a construção do primeiro carro de rali da categoria FIA Ultimate concebido no Brasil. A picape ainda antecipa que a nova geração da Mitsubishi L200 virá ao Brasil.
Ford Mustang GT Performance – O Ford Mustang completou, em 2024, 60 anos de vida. Porém, o esportivo não chamou ninguém para a festa, já que ele passou a ser o único muscle car do mundo. Seus companheiros (e rivais) Chevrolet Camaro e Dodge Challenger deixaram de ser produzidos e os sucessores se renderão à eletrificação – a Ford garante que isso não acontecerá tão cedo com o Mustang. No Brasil, a comemoração acontece com o lançamento do modelo renovado, que, além do novo visual, ganha mais tecnologia e potência. Ele chega na versão GT Performance, por R$ 529.000.
Carta ao leitor – Inspiração e Transpiração
A capa deste mês se inspira na edição de junho de 1992. Não na forma. Mas no conteúdo: confronto entre duas marcas. Na ocasião, a revista reuniu 14 carros, dois a dois, comparando as linhas de Ford e Volks. Desta vez, a disputa tem quatro carros e dois segmentos: sedãs e SUVs médios, colocando rente a frente BYD e Toyota.
Em 1992, o gancho jornalístico foi o aniversário de cinco anos da Autolatina, sociedade que uniu as duas marcas (de 1987 a 1996), que continuaram sendo rivais no mercado. Agora, o mote foi dado pela BYD, ao disponibilizar unidades do Corolla, no evento de apresentação e test-drive do sedã King, para que os jornalistas pudessem comparar.
Aceitamos a provocação. Mas, se é para comparar, que seja em um teste completo, em nosso Campo de Provas. Daí, alinhar Song e Corolla Cross foi fácil, porque os dois SUVs híbridos combinam até no preço.
Coube ao piloto Leonardo Barboza acelerar os carros na pista, com toda habilidade que ele tem e todo rigor que ele segue, de acordo com nossa metodologia, que submete os carros às mesmas condições, e nossos pró prios equipamentos. O editor Henrique Rodriguez reuniu os números do teste a suas impressões e escreveu sobre os sedãs, na página 34, e o repórter Guilherme Fontana fez o mesmo com os SUVs, na página 40. Tudo com o auxílio luxuoso das lentes do fotógrafo e cinegrafista Fernando Pires.
Interessante notar como os chineses têm a Toyota como referência. Além dessa demonstração da BYD no test-drive do King, em uma visita que fiz à FTXT, empresa do grupo da GWM, em Baoding, na China, dedicada a tecnologias de propulsão com hidrogênio, havia vários Toyota Mirai estacionados nos pátios dos laboratórios visitados. E, em dado momento da visita, o engenheiro que nos conduzia apresentou duas peças colocadas dentro de caixas de acrílico, para exibição, que teriam a mesma função em um motor movido a hidrogênio, sendo uma produzida pela Toyota e outra, mais simples, compacta e leve, conforme a explicação, produzida pela FTXT.
Outra constatação curiosa é que as fábricas, normalmente, elegem uma conterrânea para chamar de sua rival. Ford x GM, Mercedes x BMW, Honda x Toyota. Mas as chinesas apontam suas armas para as ocidentais, caso de BYD x Toyota e Zeekr x Porsche, embora, aqui no Brasil, também já exista uma rivalidade BYD x GWM.
Competição é salutar para todo negócio. Serve para as empresas ficarem alertas e motivadas a buscarem a excelência, como no caso da FTXT, e seu funcionário orgulhoso ao mostrar as propriedades da peça feita em casa. Dito isso, vou ficando por aqui. Ainda temos muito o que fazer e concorrência é o que não falta para quem tem revista, site e presença nas redes sociais.