Quais carros Hyundai pode lançar no Brasil com a nova operação da marca?
Agora com a decisão de quais modelos serão importados ou fabricados por aqui, a Hyundai terá mais liberdade e poder de escolha
O recente anúncio da Hyundai Motor Brasil (HMB), operação brasileira da marca que produz HB20 e Creta, promete refletir em importantes novidades para o mercado nacional nos próximos anos.
Agora, a Hyundai do Brasil assumirá a importação e distribuição de todos os modelos da marca, e a rede de concessionárias será unificada. Isso porque parte da atuação da marca Hyundai no país também é feita pela Caoa, responsável por importar e produzir alguns dos modelos à venda por aqui, como Tucson, Kona e Ioniq.
Após a mudança no contrato com a Caoa, a Hyundai decidirá quais modelos serão vendidos no Brasil, seja via importação, seja com produção local. A Caoa será sócia nas operações de importação e poderá ser contratada pela Hyundai para produzir carros em Anápolis (GO). Com HB20 e Creta, tudo permanece como está, totalmente nas mãos da marca.
Isso deverá trazer apenas benefícios para o mercado brasileiro, já que a marca terá total liberdade para trazer quaisquer modelos que façam sentido por aqui. Mais do que isso, a linha ficará em sintonia com Estados Unidos e Europa, com modelos mais atualizados. Pelas mãos da Caoa, muitos chegavam já defasados.
Por isso, QUATRO RODAS fez um exercício de imaginar quais modelos vendidos no exterior têm chances de chegar ao Brasil nos próximos anos. Alguns deles já tiveram seus anos de glória por aqui, e estão em novas gerações, mas talvez precisassem passar por “tropicalizações”, especialmente nas motorizações, que atendem ao gosto norte-americano.
Azera
O sedã grande da Hyundai teve sua era de ouro no Brasil. Quando foi lançado por aqui, em 2008, chegou com propagandas agressivas, prometendo ser melhor que um Mercedes-Benz Classe C e mais espaçoso que um BMW Série 7. O público brasileiro gostou e, por bons anos, ele fez muito sucesso por aqui.
Em sua nova geração, o modelo perde o aspecto mais sério da que teve os dias de glória no Brasil, para assumir um caráter mais futurista. A dianteira é tomada por grades, além de faróis quadrados e uma barra iluminada na base do capô – mesma solução adotada para as lanternas, na traseira. A motorização pode ser V6 de 300 cv e 36,5 kgfm, ou híbrida, combinando um 1.6 turbo a uma unidade elétrica, que chegam a 180 cv e 27 kgfm. Hoje, seus maiores rivais por aqui seriam os alemães intermediários, como BMW Série 5, Audi A5/A6 e Mercedes-Benz Classe E.
Elantra
O Hyundai Elantra já representou uma ameaça significativa para Civic e Corolla no Brasil. Em sua atual geração, o sedã médio está maior e com design ainda mais moderno, característica que sempre esteve presente no modelo.
As motorizações variam bastante de acordo com os mercados em que o Elantra é vendido. Entre elas estão: 1.5 aspirado, 1.6 aspirado, 1.6 turbo, 2.0 aspirado, 2.0 turbo (exclusivo para o esportivo N), 1.6 híbrido e 1.3 turbo. No caso do 1.6 híbrido são 141 cv e, no 2.0 turbo do esportivo N, 290 cv. A opção híbrida seria uma boa pedida para retomar a briga com o Corolla por aqui.
Ioniq 5
Com o claro desejo de eletrificação por parte da Hyundai Motor Brasil, é possível que a linha Ioniq passe a ser mais atuante por aqui. Atualmente, apenas o Ioniq é vendido – por ser o primeiro modelo da linha, não recebeu um número como “sobrenome”. Ele, porém, é um híbrido já descontinuado no exterior. O Ioniq 5 seria uma bom candidato para a reestreia da linha eletrificada – e já havia sido confirmado pela Caoa.
Trata-se de um SUV elétrico com aparência de hatch, e traços modernos, com fortes ângulos. Ele é oferecido em quatro combinações diferentes: com bateria de 58 kWh, ele pode ter um motor de 170 cv ou dois motores que somam 235 cv e dão tração integral; com a bateria maior, de 72,6 kWh, há um motor de 217 cv ou dois motores que somam 305 cv e dão tração integral. A autonomia mínima é de 360 km, no caso da menor bateria com dois motores, e a máxima é de 481 km, com maior bateria e um motor. O ciclo é o WLTP.
Kona
O SUV compacto já está à venda no Brasil em suas versões híbrida e elétrica, mas está atrasado. No exterior, o modelo já está disponível em uma nova geração, mais moderna. Assim, a nova operação pode acelerar a atualização dos modelos por aqui.
A versão híbrida do novo Kona tem a mesma mecânica do Ioniq e do Kona Hybrid vendidos atualmente no Brasil, com um motor 1.6 aspirado combinado a outro elétrico, produzindo 141 cv totais. Já o elétrico tem 217 cv e alcance de até 490 km, no ciclo WLTP.
Santa Cruz
Talvez o Hyundai “gringo” mais desejado atualmente seja a Santa Cruz, uma picape de porte intermediário que poderia chegar ao Brasil para brigar com Fiat Toro ou Ford Maverick, a depender do posicionamento adotado no Brasil. Nos Estados Unidos, ela é mais cara que a Maverick. Ou seja, ela ficaria acima também da Toro diesel por aqui caso não passasse por simplificações.
Com desenho fora do comum para picapes, cheia de vincos e lanternas que invadem a tampa traseira, ela é equipada com duas versões de um motor 2.5: aspirado de 192 cv, acompanhado de um câmbio de oito marchas, e turbo de 278 cv, com câmbio de dupla embreagem. Ambas as configurações têm tração integral.
Santa Fe
O SUV médio que também já fez sucesso no Brasil pode voltar. Porém, ele está irreconhecível: deixou no passado o formato arredondado das primeiras gerações vendidas por aqui e os traços esportivos da última geração que viu as ruas brasileiras.
Agora, o modelo tem traços predominantemente retos, com superfícies sem vincos marcantes, quase como em um Range Rover. A traseira é o ponto mais polêmico do design do SUV. Entre as opções de motores estão um 2.5 aspirado de 194 cv, um 2.5 turbo de 281 cv e, por fim, um conjunto híbrido que combina um motor 1.6 turbo a um elétrico, e entrega 180 cv totais.
Sonata
O Honda Accord, que hoje segue sozinho em seu segmento no Brasil, perderia o sono com a chegada do novo Sonata. O sedã, posicionado entre Elantra e Azera, está mais luxuoso do que nunca, e ostenta um visual elegante, mas esportivo. Por dentro, não por acaso, há influência dos alemães com painel sóbrio e um conjunto curvo de telas para multimídia e quadro de instrumentos.
No exterior, o novo Sonata tem três opções de motorização. Começando com o 2.5 aspirado de 194 cv e 25,1 kgfm das versões de entrada, que não faria sucesso por aqui. Os dois seguintes estariam mais alinhados com seu posicionamento, mas os números do híbrido, que combina um 2.0 aspirado a um elétrico, ficam aquém do Accord com seus 152 cv combinados. O mais potente é o 2.5 turbo, de 290 cv.
Tucson
As lojas da Hyundai Caoa oferecem atualmente uma geração ainda antiga do Tucson, em uma reestilização que já deixou de ser vendida no exterior há quatro anos. Em outros mercados, o Tucson é comercializado em uma nova geração que, inclusive, já passou por uma mudança de meia-vida. Por aqui, a previsão divulgada em março de 2023 pela Caoa era de que a nova geração chegaria apenas em 2025.
A Hyundai do Brasil ainda não disse se isso passará por atualizações, mas é possível que a nova geração do modelo chegue em 2025 já com o novo visual. Lá fora ele tem opções de motores 2.5 aspirado de 190 cv e 1.6 turbo, que é híbrido-leve, e rende até 229 cv. Esta última é a mais cotada para o Brasil.