Para celebrar os 50 anos de sua submarca esportiva, a Mercedes-Benz teve a ideia de colocar o sistema de propulsão de um Fórmula 1 num veículo de rua. O que poderia dar errado? Os anos de atraso do AMG One já adiantam, mas o CEO da AMG (e ex-presidente da Mercedes-Benz do Brasil), Philipp Schiemer, vai além: “O One levou-nos claramente a nossos limites”.
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O importante, porém, é que o sonho de levar um carro de F1 às ruas virou realidade, e QUATRO RODAS foi conhecer a obra de arte que inclui cinco motores (um V6 1.6 e quatro elétricos) e 1.063 cv. Tudo isso com direito a abertura de asa móvel, botão de ultrapassagem e praticamente todo o volante idêntico ao de Lewis Hamilton e George Russel.
“Um carro para poucos que representa o estado da arte da engenharia”, definiu nosso correspondente.
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Rivalidade entre as picapes
Qual o motivo de comparar a a Ford Maverick (uma picape intermediária monobloco), Volkswagen Amarok (uma média) e a Ram 1500 (uma legítima full-size norte-americana)? Simples: as três são, de longe, as picapes mais rápidas do Brasil e, quando não estão carregadas, sabem agradar o motorista de um jeito diferente do off-road.
Desse modo, avaliamos os pontos fortes de cada uma das três quando o assunto é velocidade. A vocação ao trabalho, nesse caso, fica em segundo plano.
Peugeot 208 1.0
A Peugeot apresentou o 208 de segunda geração, em outubro de 2020, como um compacto premium. Mesmo tendo design moderno e diferenciado e um pacote tecnológico sofisticado, o modelo não fez sucesso imediatamente, porém.
O 208 só se tornou desejado, como é hoje, em julho de 2021, quando a Peugeot reposicionou seus preços, reduzindo a tabela de todas versões em consideráveis R$ 9.000. Aí, sim, a iniciativa levou o compacto a disparar em vendas. Por isso a expectativa é grande, agora que, integrada ao conglomerado Stellantis, a Peugeot equipou o 208 com o moderno motor 1.0 Firefly, o mesmo do Fiat Argo.
A novidade é apresentada em duas novas versões de entrada do carro, com o propulsor que rende até 75 cv e 10,7 kgfm de torque sempre combinado com o câmbio manual de cinco marchas. E o grande trunfo dessas versões é oferecer conteúdo e preço bem atrativos. “O que vimos agradou”, adianta a repórter Isadora Carvalho.
Chevrolet Spin 1.8 Premier
Há dez anos, a Chevrolet Spin era apenas uma entre tantas minivans, como Nissan Livina, Fiat Idea e Citroën C3 Picasso. Hoje, só resta ela, segue firme e forte vendendo mais que SUVs como o Renault Captur e VW Taos. Atrativo maior está em sua relação custo/benefício: a Spin é o modelo de passeio de sete lugares mais barato do Brasil.
E a oferta é tão em conta que, mesmo na versão intermediária Premier, mostrada aqui, que sai por R$ 122.450, a Spin continua sem rivais. O modelo sete lugares que mais se aproxima é o Caoa Chery Tiggo 8, que custa R$ 201.990. Mas tudo tem seu preço: ainda que a Spin 2023 traga atualizações no motor, no câmbio, na arquitetura eletrônica e nos sistemas de exaustão, admissão e de combustível, o peso do tempo já é inevitável.
E NÃO PARA POR AÍ!
F-150 Lightning
Sucesso de vendas antes mesmo de chegar às lojas, a versão elétrica da picape F-150 deve provocar uma revolução no mercado norte-americano, assim como fez o Modelo T, há cem anos.
Fusca elétrico
Dirigimos o Fusca elétrico da FuelTech no dia a dia. Kit de conversão desenvolvido em parceria com a WEG surpreende por respeitar características originais do carro.
E tem mais! Tesla Model S Plaid, BMW iX, Audi Q3…
A distribuição às bancas e assinantes de todo o Brasil começou hoje (1º/7), mas o prazo de chegada pode variar dependendo da região.
Carta ao leitor: Contador de histórias
Colunas, no jornalismo, são espaços em que os autores têm liberdade para contar histórias e expressar opiniões, diferentemente das reportagens, que devem se ater a fatos. Por conta disso – abordagens, pontos de vista, estilo etc. –, são conteúdos, com adesão limitada. Há pessoas que adoram, outras não se interessam.
Com o colunista de QUATRO RODAS, Charles Marzanasco, não é diferente. Pelas mensagens que nos chegam, porém, ele atrai mais admiradores do que leitores indiferentes ou opositores. Recentemente, ele ficou entre os três colunistas mais votados no prêmio Os + Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva, promovido pela Jornalistas Editora.
Confesso que, quando contratei o Charles, em outubro de 2020, eu não sabia se iria dar certo. Conhecia seu trabalho como assessor de imprensa, ouvia as histórias que ele me contava e me contavam dele, mas não sabia se os leitores iriam gostar, principalmente porque o Charlinho substituiria o prestigiado Jeremy Clarkson, o qual, naquela época de pandemia, se isolou em sua fazenda.
Logo nas primeiras colunas, porém, me tranquilizei porque, ao editar os textos, eu sempre ria muito com o que o Charles escrevia, sozinho diante do computador, no retiro do meu home office. Se eu ria, tinha certeza de que o leitor faria o mesmo.
E, além do humor, os textos sempre traziam conhecimentos e bastidores sobre indústria, carros e competições, graças às suas passagens como repórter, assessor de pilotos (do Senna, em particular) e de empresas (como a Audi) e em outras atividades que Charles teve ao longo da vida.
Mês passado, publicamos sua coluna de número 21. Ele falou da rixa que provocou intencionalmente entre os pilotos de F3, Christian Fittipaldi e Renato Russo, quando assessorou o segundo, em meados dos anos 1980. “Conversando com o pai do piloto, eu tive a ideia e ele me deu carta branca”, disse Charles quando discutíamos a pauta do mês. “Fiz um release como se o Renato estivesse desafiando o Christian. O título era: Renato Russo – Não tenho medo de sobrenome”, lembrou.
O Charles tinha grande talento para contar histórias e sabia usar isso a seu favor e das pessoas, como nós, que tivemos a sorte de conhecê-lo e contratá-lo. E de seus colegas e seus leitores.
Infelizmente, Charles, que lutava bravamente contra um câncer, contraiu Covid-19 e não resistiu. Ele faleceu nove dias antes de completar 68 anos, na véspera do fechamento desta edição, sem tempo para nos contar mais uma história, das muitas que planejava compartilhar.
Obrigado, Charlinho.
Descanse em paz.