Rally dos Sertões 2022 cruzará o Brasil com etapa mais difícil da história
Nos 200 anos de Brasil independente, Sertões passará por todas as regiões do país, aproveitando seus biomas, para se tornar o maior rali do mundo
“Uma desculpa para provar o amor ao Brasil”. É assim que os organizadores dos Sertões descrevem a edição 2022 da prova, que será o maior rali do mundo. Os detalhes do evento foram anunciados nesta terça-feira (26), no Museu do Ipiranga, em São Paulo, sinalizando a intenção de celebrar os 200 anos da independência brasileira aproveitando o país à disposição dos corredores.
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De 26 de agosto a 10 de setembro, os competidores de quatro categorias (carro, moto, quadriciclo e UTV) percorrerão 7.216 km do Paraná ao Pará, com 4.811 km de competição plena, os chamados trechos especiais. Tamanha distância fará do Rally dos Sertões 2022 o maior do mundo, superando em aproximadamente 800 km a distância de especiais do Rally Dakar.
Fase Sul
De acordo com Joaquim Monteiro, CEO da organizadora do rali, a 30ª edição dos Sertões levará os pilotos a extremos físicos e psicológicos, causados pelo variedade de desafios ao longo do caminho.
A largada da prova ocorrerá em Foz do Iguaçu (PR), de onde os competidores seguirão para Umuarama, no mesmo estado. O trecho entre o Paraná e a cidade paulista de Presidente Prudente, explica a organização, será o mais difícil da história da prova.
Isso porque haverá desafios aos pilotos — que correrão em pistas agrícolas de velocidade elevada — e demandas ainda maiores aos navegadores, que precisarão decifrar rotas com complexidade inédita e entre plantações de cana.
Se essa dificuldade provém da ação humana, a natureza não fica devendo: de São Paulo, a disputa segue para o Mato Grosso do Sul, passará pela capital Campo Grande e por Costa Rica. Esse trajeto também envolve cruzar o município de Água Clara, o mais quente do Brasil segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.
O Mato Grosso também será atravessado, com uma primeira parada em Barra do Garças. Seguindo para São Félix do Araguaia, o comboio deverá se preocupar com estradas arenosas e valas geradas pela evaporação de pequenos corpos d’água, adiantou a organização.
Em seguida, será a vez do Sertões chegar a Palmas. Na capital do Tocantins haverá o fim da fase Sul da prova, aproveitando a infraestrutura da cidade para oferecer preparo ao trecho final.
Fase Norte
Após um dia de descanso em Palmas, os competidores rumarão à tocantinense Mateiros, última parada antes de chegarem ao Nordeste. Em região mais conhecida pelos veteranos da prova, a 10ª etapa do rali parte e chega de Bom Jesus (PI), com cenário turístico de 327 km que, obviamente, contará para os resultados finais.
Do Piauí, o Sertões irá para o Maranhão, com etapa até Balsas no dia em que a Independência completa 200 anos e, no dia seguinte, etapa até Imperatriz. Do estado maranhense, a turma rumará ao Pará, onde a expedição chega ao fim.
Mais brasileiro do que nunca, o rali, entretanto, não se apega ao ufanismo, e realça que problemas ambientais farão parte do trajeto. Isso ficará evidente no trajeto até Paragominas, onde a alternância de mata virgem e desmatamento trará variedade (e trabalho) a pilotos e navegadores. A etapa final ocorrerá no dia 10 de setembro, quando as quatro categorias irão de Paragominas a Salinópolis, finalmente encontrando o Oceano Atlântico.
Muito além da competição
Com vastidão de cenários privilegiados, o Sertões sabe do potencial turístico da prova, e quer aproveitá-lo. Desse modo, serão oferecidos oito tipos de pacotes diferentes. “Há opções ‘raiz’, ‘nutella’ ou ‘churrasco’”, explicou Leonora Guedes, chefe de operações do evento.
As opções incluem diferentes tipos de hospedagem, deslocamento e envolvimento com as provas. Além disso, os organizadores pretendem estimular a torcida local, com ações previstas nas cidades onde o trajeto passará.
Mais informações serão dadas em breve, no site do Rally dos Sertões.