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Renault eletrificará a Europa enquanto Brasil receberá Duster híbrido

Francesa anuncia cronograma de novas tecnologias elétricas e, ao nosso país, reserva Duster e Bigster, híbridos projetados pela Dacia

Por Eduardo Passos
Atualizado em 15 jul 2021, 23h29 - Publicado em 30 jun 2021, 09h48
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  • Novo Mégane é um dos pioneiros da nova fase elétrica da Renault, que chegará depois ao Brasil
    Novo Mégane é um dos pioneiros da nova fase elétrica da Renault, que chegará depois ao Brasil (Divulgação/Renault)

    De olho nos pontos fracos dos atuais carros elétricos, a Renault buscou as soluções mais plausíveis e anunciou um novo passo de sua ousada revolução elétrica nesta quarta-feira (30).

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    Além de uma “cidade” elétrica e megafábricas ao redor da França, a empresa também revelou planos de novos conjuntos mecânicos, baterias e, claro, carros. Entre vários anúncios de EVs, a fabricante também confirmou que os novos Duster e o sete-lugares Bigster usarão a nova plataforma unificada da CMF-B e serão híbridos.

    Baterias

    O primeiro passo da ousada revolução envolve o domínio da atual composição química das baterias, agora padronizadas em níquel, manganês e cobalto (NMC) e capazes de oferecer 20% mais autonomia e reciclagem mais fácil.

    Eficiência energética aumentará sensivelmente, mas a expectativa é de uma evolução gigante a partir de 2030 com novas baterias de estado sólido
    Eficiência energética aumentará sensivelmente, mas a expectativa é de uma evolução gigante a partir de 2030, com novas baterias de estado sólido (Divulgação/Renault)
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    Para evitar o desperdício de recursos naturais, a companhia também preparou um ciclo de vida completo para as baterias: desde novas, será possível vender o excedente energético em horários de pico e recarregar o carro à noite, por exemplo. Deste modo, o proprietário pode abater até R$ 2.000 no financiamento veicular ao mesmo tempo que ajuda a estabilizar a demanda energética.

    No meio da vida-útil, as baterias poderão ser revendidas à Renault, que se juntará a revendas para avaliá-las, repará-las e revendê-las a preços competitivos. O plano é aproveitar o que ainda resta de capacidade de armazenamento em veículos menores, como empilhadeiras, cortadores de grama e qualquer outro veículo de serviço pequeno. Além disso, as baterias antigas podem armazenar energia limpa (solar, eólica etc) para uso posterior.

    Mesmo assim, o descarte segue inevitável e, para tratá-lo do melhor jeito, a Renault adquiriu a startup Veola em busca de, no ano que vem, já lançar uma célula energética que ao fim da vida pode ser completamente reaproveitada.

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    As partes estruturais serão reaproveitadas em forma de ligas metálicas e, em seguida, a parte química será extraída, tratada e destinada a um novo ciclo.

    Powertrain

    PLATEFORME CMF BEV
    Nova plataforma CMF-BEV visa custo-benefício (Divulgação/Renault)

    Não adianta uma bateria se o consumo é ruim. Mas esse não deverá um problema do motor síncrono eletricamente excitado que a francesa vem desenvolvendo e lançará em 2024. A unidade contará com estator com tecnologia hairpin, substituição de soldas e rebites por colas e uso de rotores ocos e sem escovas.

    Ao fim do aperfeiçoamento, o powertrain será 45% menos volumoso, 30% mais barato e 45% mais eficiente. Não à toa, a Renault promete custo 33% menor para seus futuros carros elétricos em relação ao atual Renault Zoe.

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    Novos modelos

    Quando, em nossas impressões, citamos que o Renault Zoe buscava ser “pop”, fazíamos uma previsão involuntária em diferentes aspectos. Isso porque a própria montadora afirmou ter se inspirado na onda de bandas francesas como Phoenix e Daft Punk para, a partir de suas fábricas locais, dominar a eletrificação com soluções atraentes e, claro, mais baratas.

    Na corrida por elétricos mais baratos, a Renault lançará dez novos modelos elétricos até 2025, aproveitando sua plataformas CMF-EV e CMF-BEV com diferentes carrocerias.

    A CMF-EV será destinada aos segmentos C e D, com 580 km de autonomia, “impecável” gerenciamento térmico e meta de 750.000 unidades vendidas, em diferentes carros da Aliança, em 2025. O MéganE elétrico será um dos primeiros modelos da arquitetura.

    Renault Zoe azul célon
    Renault Zoe morrerá em 2024, sendo absorvido pela futura gama de elétricos da marca (Divulgação/Renault)
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    Mais simples, a CMF-BEV busca universalizar os carros elétricos com um motor-padrão de 135 cv, 400 km de autonomia, baterias intercambiáveis e aproveitamento de partes oriundas de veículos a combustão. Tudo isso para que os EVs fiquem, a princípio, 33% mais baratos.

    Além do novo Mégane, a francesa reforçou a chegada do novo Renault 5 e de uma “garagem dos sonhos” da Alpine, a partir de 2024. Outras novidades ficam por conta da próxima geração do Duster e seu irmão de três fileiras Bigster, que, como previsto, usarão a plataforma CMF-B.

    Renault Bigster cinza visto 3/4 de frente
    Bigster e Duster estão previstos ao Brasil e, além da plataforma CMF-B, terão motorização híbrida E-Tech (Reprodução/Renault)

    “Esse é um dos projetos mais impressionantes que já vi em toda minha carreira. Vocês ficarão impressionados com a lucratividade disso”, disse o CEO Luca di Meo a respeito da dupla de utilitários. O executivo também afirmou que os produtos oriundos da Dacia aproveitarão a fase híbrida por um pouco mais de tempo, enfatizando que esses futuros modelos trarão a tecnologia E-Tech, que alia dois motores elétricos a uma unidade térmica.

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    A ideia é aplicar diferentes arranjos de motores conforme o país, a fim de atender as demandas locais, regras fiscais e legislações ambientais. Com a plataforma CMF-B, explicou di Meo, será possível atualizar Duster, Bigster e outros carros conforme a necessidade.

    O Brasil, entretanto, não receberá os próximos elétricos da Renault. A prioridade local é “reestruturar a presença” da montadora no mercado nacional, tornando-a “mais estável, sólida e lucrativa”. Ainda não teremos o “filé” dos elétricos franceses, mas, parafraseando o CEO da Renault, “quem sabe do amanhã?”.

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