Rota 2030 deverá propor inspeção veicular nacional
Presidente da Anfavea afirma que verificação obrigatória beneficiará a economia
Falar em inspeção veicular é sinônimo de estresse para muita gente. Os paulistanos ainda se recordam das constantes filas (e reprovações) nos pátios da antiga Controlar, enquanto os cariocas até hoje precisam arcar com um licenciamento mais caro para custear a vistoria obrigatória anual.
Se depender da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), todos os proprietários brasileiros precisarão levar seu carro para a inspeção em breve.
A informação foi dada por Antônio Megale, presidente da entidade, durante o Workshop Planejamento Automotivo 2018 da revista Automotive Business. O executivo destacou que a busca por uma inspeção veicular nacional será um dos pilares do Rota 2030, nome dado ao pacote de medidas que fabricantes e governo pretendem anunciar em setembro para substituir o Inovar Auto.
Megale afirmou que, além de impactar positivamente nas emissões de poluentes, a medida traria novo fôlego ao mercado, pois estimularia o mercado de carros novos.
A contrapartida é que isso aumentaria o custo de propriedade (o valor gasto para manter) dos automóveis, que estava em queda desde 2015, segundo a consultoria Jato Dynamics.
Feito no Brasil
Outros pontos do Rota 2030 devem levar em conta a maior nacionalização das tecnologias adotadas pelos modelos nacionais. Apesar de ter provocado a popularização de itens outrora vinculados a modelos mais caros e incentivado a instalação de novas fábricas no país, o Inovar Auto não aumentou a produção nacional de componentes de ponta.
Por terem menos robustez econômica, muitos fornecedores e sistemistas foram ainda mais prejudicados com a crise econômica. Recuperar essa cadeia seria uma das prioridades do Rota 2030.
Nada foi dito, por enquanto, sobre mudanças nas regras de importação e taxação, que se tornaram mais rígidas com o Inovar Auto – há a expectativa pelo mercado de que elas sejam aliviadas.
O programa deve ser divulgado ainda em 2017, mas não será implementado integralmente a partir de janeiro de 2018, pois algumas medidas não ficarão prontas a tempo para respeitar o prazo legal de 90 dias entre seu anúncio e adoção.