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Roteiro de viagem: explorando a Alemanha dos carros

Estradas sem limite de velocidade, museus de encher os olhos e fábricas ultra-modernas para os apaixonados por carros

Por Vitor Matsubara
Atualizado em 25 mar 2024, 09h45 - Publicado em 23 set 2015, 20h31
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    Nenhum destino do mundo reserva tantas atrações para um fã de automóvel como a Alemanha. Berço de cinco das maiores fabricantes do planeta (Audi, BMW, Mercedes-Benz, Porsche e Volkswagen), o país abriga um dos autódromos mais espetaculares do planeta (Nürburgring, é claro) e ainda conta com a autobahn, estrada perfeitamente pavimentada com trechos sem limite de velocidade. Precisa de mais?

    Nossa sugestão de roteiro começa em Frankfurt, ponto de partida para as cidades mais espetaculares da Alemanha. Não se preocupe com a barreira do idioma: dificilmente você terá problemas por não falar alemão, desde que você não se aventure por cidades menores. E ao contrário do que muita gente pensa, aliás, os alemães são um povo bastante receptivo e, acredite, bem-humorado.

    De resto, vale a pena passar boas horas explorando tudo que a Alemanha pode oferecer aos turistas. Seu repertório gearhead enriquecerá bastante depois de visitar alguns dos museus mais interessantes do mundo e conhecer as fábricas de onde saem veículos de primeira linha.

    1ª parada: chegada à Frankfurt e viagem até Wolfsburg

    Pouco mais de 11h de voo separam São Paulo de Frankfurt. A cada dois anos esta cidade sedia o International Automobil-Ausstellung, ou simplesmente Salão de Frankfurt. Trata-se de uma das maiores feiras de automóveis do planeta, apresentando várias novidades mundiais distribuídas em 11 pavilhões. É visita obrigatória se você estiver na cidade durante o evento, embora não seja um programa barato. Só não esqueça de reservar pelo menos dois dias para conhecer todas as novidades com calma.

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    Depois vá de ônibus até Wolfsburg. A minúscula cidade localizada na região da Baixa-Saxônia sedia a Autostadt (ou “Cidade do Carro”, em português), espécie de museu dedicado às marcas do Grupo Volkswagen. Lá você encontrará um vasto acervo de veículos antigos (inclusive de outras marcas fora do Grupo VW), hotel cinco estrelas (vale se hospedar lá se a grana estiver sobrando) e uma grande loja de souvenirs – na qual passei pelo menos meia hora perdido em meio a tantas miniaturas…

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    Uma das principais atrações do local é a torre de vidro, na qual vários veículos novos ficam estacionados à espera de seus proprietários. Qualquer cliente pode optar por retirar seu automóvel no local, sendo que o processo é realizado por um robô que “busca” o veículo solicitado. Mas você não precisa comprar um carro para entrar no local. Basta agendar (com antecedência, como tudo na Alemanha) uma visita pela internet.

    2ª parada: de Wolfsburg a Dresden

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    Se a Autostadt impressiona pela grandiosidade, a planta da Volkswagen em Dresden chama atenção pela beleza. Da “Fábrica de Vidro” (ou Die Gläserne Manufaktur, em alemão) saem modelos como Phaeton, CC e XL1. Mesmo quem já visitou uma linha de montagem fica espantado com a tecnologia do local. Visitas guiadas podem ser agendadas pelo site.

    3ª parada: Stuttgart, a casa de Porsche e Mercedes-Benz

    Uma hora de avião separa Dresden de nosso próximo destino. Stuttgart é a casa de duas das maiores fabricantes de automóveis da Alemanha: Porsche e Mercedes-Benz. Reserve pelo menos dois dias para conhecer seus incríveis museus, nos quais é possível conhecer não apenas a história de suas criações, mas também os acontecimentos da Alemanha em cada década.

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    O museu da Porsche tem mais de 80 raridades e sedia exposições temporárias contando a história de alguns modelos. É um prato cheio para quem gosta de marca. A loja de produtos oficiais é uma perdição: de simples chaveiros a jaquetas incríveis, os fãs podem achar praticamente tudo lá – até forminhas de gelo com a silhueta do 911 havia lá. Antes de voltar para casa (ou melhor, para o hotel), vale a pena dar uma passadinha no gigantesco showroom do outro lado da rua para ver de perto todos os modelos atuais.

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    Já o Mercedes-Benz Museum conta a história de 125 anos da indústria automobilística em 16.500 metros quadrados. Pelos nove andares do belo prédio estão distribuídos 160 veículos, incluindo espaços para eventos, exposições temporárias e uma bela loja de souvenirs – uma tentação em tempos de supervalorização do euro.

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    O acervo da Mercedes-Benz, aliás, é um dos mais ricos entre os museus alemães, com direito até a uma sala com veículos utilizados em datas importantes na história do país – só lá você verá o ônibus da seleção alemã campeã do mundo em 1974, um Classe G transformado em “Papamóvel” e o Type 300 de Konrad Adenauer, primeiro chanceler da República Federal da Alemanha que mais tarde ‘emprestaria’ seu sobrenome ao carro.

    4ª parada: rumo a Affalterbach, a cidade da AMG

    Apenas 30 quilômetros separam Stuttgart de Affalterbach. Esta pequena cidade com menos de cinco mil habitantes ganhou fama mundial por abrigar a sede da AMG. A divisão de alto desempenho da Mercedes-Benz prepara os motores de todos os esportivos da marca da estrela, além de fornecer os propulsores da atual equipe campeã de Fórmula 1.Tours guiados podem ser agendados via internet para conhecer as dependências da empresa, incluindo os laboratórios de testes e as alas onde os técnicos da AMG montam cada motor artesanalmente.

    5ª parada: Munique e o BMW Welt

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    Munique não é apenas a terra da Oktoberfest. Um dos orgulhos da cidade localizada na região da Baviera é a BMW. O BMW Welt é um complexo que reúne museu e fábrica, sendo que os visitantes podem conhecê-los no BMW Premium Tour. Sua localização não poderia ser melhor: ao lado das imponentes torres da sede da montadora, cuja arquitetura foi inspirada no formato de pistões.

    O museu é um dos mais fascinantes de toda a Alemanha, com veículos e motocicletas de todas as épocas. Há até uma sala dedicada ao automobilismo, com destaque para a bela Brabham de Fórmula 1 pilotada por Nelson Piquet. O passeio de 3h15min pode ser realizado em Inglês ou Alemão. E como acontece na maioria dos museus, não deixe de passar na lojinha de produtos licenciados.

    6ª parada: Ingolstadt, ou “Audilândia”

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    A sede da Audi é a grande (e única) atração da pequena cidade de Ingolstadt. Assim como o BMW Welt, o Audi Forum reúne fábrica, um interessante museu (onde mais você pode ver o incrível Audi Quattro do Grupo B de rali tão de perto?) e uma lojinha que faz qualquer fã de carro cair em tentação. Quer mais uma notícia boa? Ingolstadt está a apenas 80 quilômetros de Munique. Mas não perca tempo procurando outras atrações por lá, até porque elas não existem. Depois de dias tão alucinantes, encarar uma viagem de quase cinco horas de volta a Frankfurt (e mais 11h de volta para o Brasil) nem parece tão ruim assim.

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    BÔNUS: dirigindo numa autobahn

    Pilotar um esportivo por estradas extremamente bem pavimentadas sem precisar se preocupar com limite de velocidade. Esta é a premissa de uma autobahn. Elas são estradas com, no mínimo, duas faixas sem pedágios nem radares. Estes trechos são identificados por uma placa branca com linhas transversais pretas. Mas nem tudo são flores para os motoristas apressados. Alguns trechos possuem, sim, limite de velocidade indicados por placas. Normalmente são locais onde há entrada e saída de outros veículos ou alças de acesso a trechos urbanos. O limite costuma variar de 80 a 130 km/h, e as multas são bastante salgadas. Caso a multa tenha sido emitida sem a presença de um policial, a infração será enviada por correio ao seu endereço. Agora, se um policial pará-lo no acostamento, prepare os documentos e o bolso, já que estrangeiros precisam realizar o pagamento no ato da infração.

    Ah, e um lembrete importante: não adianta nada esperar pelo frentista abastecer o carro no posto de gasolina. O serviço precisa ser feito pelo próprio motorista, que na maioria dos casos deve se dirigir à loja de conveniência, informar o número da bomba de combustível e efetuar o pagamento.

    LEIA MAIS:

    – Roteiro de viagem: 3 714 quilômetros pelo norte do Chile até o Atacama

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