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Saab 900 Turbo, um sueco revolucionário

Produzido por um fabricante de aviões, o veloz esportivo tornou o turbo popular e conquistou fãs pelo mundo

Por Felipe Bitu
Atualizado em 14 ago 2022, 10h06 - Publicado em 6 dez 2016, 19h34
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  • Colunas finas suportavam colisão com um alce
    Colunas finas suportavam colisão com um alce (Marco de Bari)

    O turbocompressor entrou no cardápio das marcas premium nos anos 70, quando o mercado exigia motores mais econômicos. Fabricantes de renome como BMW e Porsche logo adotaram o sistema, mas coube ao Saab 900 Turbo tornar a fórmula mais conhecida.

    Disponível com três ou cinco portas, o 900 surgiu em 1979 e foi o primeiro esportivo turbinado a apresentar comportamento dócil, graças à excelente calibração da injeção: os 145 cv do seu 2.0 8V eram entregues de forma linear, com torque de 23,5 mkgf a baixas 3 000 rpm.

    A máxima era limitada a 190 km/h pelo câmbio manual de apenas quatro marchas, mas o 0 a 100 km/h era feito em 9,7 segundos de forma suave e progressiva, sem o caráter arisco dos turbinados da época. Sua estabilidade direcional era evidenciada pela tração dianteira, tida como ideal para as condições adversas do inverno sueco.

    Com seu motor 2.0 turbo, passava dos 200 km/h
    Com seu motor 2.0 turbo, passava dos 200 km/h (Marco de Bari)

    Rápido, o 900 Turbo se beneficiava também da excelente distribuição de peso, resultado da concepção mecânica incomum. A dirigibilidade precisa também era mérito das suspensões pouco ortodoxas: a sofisticação dos braços sobrepostos dianteiros se opunha à simplicidade de um eixo rígido traseiro com barra Panhard. O resultado estava acima de qualquer crítica, auxiliado por eficientes freios a disco nas quatro rodas.

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    Fabricante de aeronaves, a Saab inspirou-se na aviação para o para-brisa convexo e quase vertical, aliando visibilidade e penetração aerodinâmica. De estilo controverso, as finas colunas dianteiras suportavam a colisão com um alce, mostrando a preocupação sueca com a segurança.

    Outra herança aeronáutica era a ergonomia dos comandos, bem próximos do motorista, com destaque para a ignição no console central. O interior era bem acabado, com bom espaço para quatro adultos, poupados de malabarismo no acesso graças à soleira integrada na porta.

    Comandos à mão, inspirados nos cockpits de aviões
    Comandos à mão, inspirados nos cockpits de aviões ()

    O 900 Turbo logo caiu nas graças do público e da imprensa especializada: o câmbio de cinco marchas chegou em 1980, junto de uma nova geração de motores, que ganhariam dois anos depois o sensor de detonação, possibilitando taxa de compressão maior, com melhoria de consumo e desempenho.

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    A busca pela performance levou em 1984 ao motor B202, com 16 válvulas, turbo e intercooler. Para domar seus 175 cv, recebeu suspensão com barras estabilizadoras e, para diminuir o arrasto, surgiu o pacote Aero – o aerofólio traseiro e alguns apêndices o faziam chegar a 100 km/h em 8,5 segundos e atingir 210 km/h.

    O Saab 900 era diferente até na abertura do capô
    O Saab 900 era diferente até na abertura do capô (Marco de Bari)

    Em 1986 vieram os discos ventilados, mesmo ano do conversível, que fez grande sucesso. Um ano depois, grade, faróis e para-choques eram reestilizados e, em 1989, o ABS virou item de série.

    O carro das fotos é um 900 Turbo S 16 Aero 1991 e pertence ao engenheiro Valter Prieto. Foi trazido pela GM no início dos anos 90 para estudos de viabilidade de importação, o que acabou não ocorrendo.

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    No total, 908.817 unidades foram feitas de 1978 a 1993, tornando-o o maior sucesso da marca. Boa parte do prestígio e carisma é fruto da versão Turbo, que ajudou a dar ao 900 o status de último Saab legítimo, segundo os puristas, pois a segunda geração (1994 a 1998) usaria a plataforma do Opel Vectra.

    Do contra

    Saab 900 Turbo
    ()

    No 900 Turbo, tudo era diferente: tinha motor longitudinal invertido, com a embreagem voltada para a dianteira. Montado sobre o câmbio, ele ficava inclinado a 45 graus, para ocupar menos espaço, e a transmissão entre motor e câmbio era realizada por três correntes metálicas.

    Ficha Técnica – Saab 900 Turbo S 16 Aero 1991

    Motor: 4 cilindros em linha de 2 litros

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    Potência: 177 cv a 5 500 rpm

    Câmbio: manual de 5 marchas

    Carroceria: cupê de 5 lugares

    Dimensões: comprimento, 494 cm; largura, 169 cm; altura, 142 cm; entre-eixos, 271 cm; peso, 1 290 kg

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    Desempenho: 0 a 100 km/h em 8,5 segundos; velocidade máxima, 210 km/h

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